Monday, August 6, 2007

01-Dinastia Bush

A Dinastia Bush

Tribuna de Petrópolis
20/Set/2001
Ciro Moroni Barroso


Não apenas o serviço de inteligência russo avisou a seus colegas norte-americanos sobre o atentado no dia 11, mas igualmente uma série de outras agências e fontes, o que incluiu uma médium brasileira... O aviso da médium, para que o Presidente não dormisse na Casa Branca nos dia 11 ou 12, entretanto, chegou tarde, porque desde o mês passado que o Presidente lá não se encontrava, causando estranheza na imprensa por estar “de férias” no Texas....
As evidências de que o atentado era esperado são muitas, mas isto é apenas a “ponta do iceberg” acerca deste monstruoso fato, o qual, conforme os leitores perceberam, veio a trazer enormes benefícios políticos para a dinastia do poder imperial norte-americano, extremamente necessitada de expansão militar e econômica.
O atentado é benvindo, apesar de toda a ação teatral de vítima, para a elite imperial norte-americana, que tem um filho dileto ocupando a Casa Branca, sendo esta ocupação presidencial, até o momento, destituída de legitimidade, representação ou liderança.
Uma outra parte da estória é contada pelo professor da Universidade de São Paulo M. Mustafa Jarouche, em artigo no Jornal do Brasil (EUA Alimentaram Fundamentalismo, 15/Set/01): "O pipocar de grupos fundamentalistas islâmicos foi, em larga escala, incentivado pelos serviços de inteligência americanos e pelas políticas israelenses. Acreditavam que essa talvez fosse a melhor forma de combater o crescimento da esquerda no mundo islâmico, encarada como capaz de formular políticas de contestação e combate mais eficientes do que os grupos religiosos, os quais (...) sempre a chafurdar no atraso, na ignorância e na incapacidade, constituiriam, no fundo, uma espécie de desmobilização geral do mundo árabe-islâmico."
Outro aspecto curioso aparece também num artigo de Jean-Pierre Perrin do Libération, Paris (Publicado no JB, 16/Set: A História de uma Cegueira Estratégica). O articulista lembra que Ahmed Shah Massud, grande adversário de Bin Laden no Afeganistão, líder político e militar da Aliança do Norte, jamais recebeu qualquer apoio financeiro, militar ou diplomático dos Estados Unidos, ao passo em que Bin Laden foi de fato o aliado da política norte-americana no Afeganistão no passado, assim como o regime dos Talibãs em 1994, e o regime do Paquistão atualmente, com sua bombinha atômica.
O líder da Aliança do Norte havia estado na Europa em Maio, fazendo diversas advertências no sentido de que o Afeganistão se tornara um imenso campo de treinamento com financiamento islâmico através do Paquistão, e de que era necessário expulsar Bin Laden. Suas denúncias ficaram no vazio, e o líder apareceu sintomaticamente morto em atentado dois dias antes da terça-feira fatal do "ataque do al-Quaeda".
Curiosa lógica do Imperialismo, que atiça facções rivais no Terceiro Mundo, para depois atirá-las umas contras as outras, como pedras num tabuleiro estratégico, friamente manipulado, enquanto milhões morrem nas guerras ou de fome, e a indústria de armamentos progride...
Mas a lógica superior do imperialismo inclui muito mais do que apenas atiçar e lucrar com as guerras: é preciso periodicamente armar um agressor contra o império, para justificar a enorme mobilização do patriotismo e das tropas, sem o que o império deixaria de ser o que é, sendo absorvido pela vida civil, liberal, democrática e constitucional, que caracterizaram a fundação estadunidense.
* * *
A guerra de 2001 de Bush Jr. não é diferente da guerra de 1991 de Bush Sr... Rumores, na época da Guerra do Golfo, davam a entender que Saddam Hussein havia "recebido sinal verde" para invadir o Kuwait, onde Bush Sr. tem poços de petróleo explorados, desde o início das perfurações, pela Texas Oil, empresa de sua propriedade. Saddam por sua vez, havia sido militarmente apoiado pelos E.U. como tampão contra os fundamentalistas no Irã, que haviam derrubado o regente Xá, apoiado pela política da CIA.
Bush Sr., que havia pulado da Diretoria da CIA para a Vice-Presidência de Reagan em 1984, e desta para a Presidência em 1988, parece que ficou muito satisfeito com a invasão do Kuwait, que lhe permitiu arrecadar grande prestígio patriótico e pôr em ação toda a sofisticada máquina de guerra dos EUA, além da natural (re)expansão da economia capitaneada pelas grandes corporações de Wall Street, às quais pertencem o próprio Bush Sr. e suas companhias. (Uma lenda popular diz que Bush Sr. não recebeu com a devida surpresa a notícia da invasão do Kuwait e que os moradores do pequeno país não foram devidamente advertidos pela inteligência militar ocidental do ataque. Já Bush Jr., sempre um tanto “ausente”, numa filmagem na manhã do dia 11, recebe com seu ar lúdico e impróprio a notícia do ataque kamikaze em Nova Iorque).
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Nos anos 20 e 30 Prescott Bush, avô do atual Presidente, junto com o grande capital e sobrenomes da Costa Leste, Harriman, Herbert Walker (de St. Louis, sogro de Prescott, avô materno de Bush Sr.), Rockfeller, Dillon, participou da montagem do complexo financeiro-industrial-militar de Wall Street, o qual surgira do lobby bem sucedido para a entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra, em associação com os interesses e os capitais internacionais Morgan e Kuhn Loeb, sediados em Londres.
Estas companhias nos anos 30 montam a máquina de guerra de Hitler, dando todo apoio industrial e financeiro, através de companhias como a Hamburg Amerika Line (American Ship and Commerce Corp., de Averell Harriman, da qual Prescott Bush era diretor), do capital Warburg (Hamburgo), do capital Brown Brothers (Londres), da Union Banking Corporation (Prescott Bush também diretor, 1934-42), da I. G. Farben alemã e da Vereinigte Stahlwerke, do banqueiro Thyssen.
Há evidências de que não apenas o projeto industrial da Alemanha nazista foi montado por estes estrategistas multinacionais, mas o próprio projeto político do guerreiro fanático... Para os que reconhecem em Hitler o líder tirânico e obsessivo, é difícil entender que ele começou apenas como uma romântico e conservador jovem ativista patriota da Baviera. E para os que ainda acreditam no líder genial de uma Alemanha traída, é preciso reconhecer que Adolf Hitler teve sua personalidade construída e reconstruída, que ele foi incentivado, promovido, empurrado paulatinamente para as ações extremas. Depois que tomou o poder, sua personalidade se tornou uma abstração esquizofrênica ambulante, empurrada por sussurros de grandeza, até invadir a Polônia e a Bélgica.
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Situação não muito diferente da que se encontra Bush Jr., prestes a uma Grande Aventura no Oriente Médio. E qual o sentido de toda esta mobilização permanente para a guerra? Não apenas a lucratividade da indústria armamentista, por certo.
Para o sistema internacional que domina, com elevada hegemonia financeira, os mercados, a máquina de guerra de várias potências, os meios de comunicação e, não menos importante, os governantes de várias potências, o objetivo é neutralizar o desenvolvimento da vida civil e dos mercados livres. O mundo em guerra, os estados enfraquecidos, as constituições rasgadas, são o paraíso do capital acumulado, das negociatas e do poder paralelo.
É preciso compreender, acima de tudo, que para estes estrategistas invisíveis o povo norte-americano, ou o povo afegão, têm o mesmo valor que o povo judeu na Segunda Guerra, isto é, valor de peões: como soldados, como reféns, ou para serem bombardeados por aviação.
A guerra do Império não é a guerra da nação Estados Unidos, nem de seu Estado constituído legalmente, nem de seu povo. Os Estados Unidos são, no momento, apenas o país parasitário do Império.


Dinastia Bush II

Tribuna de Petrópolis
04/Out/2001


Com a entrada dos Estados Unidos na guerra internacional em 1917, foi criada uma comissão governamental para dirigir os negócios com as indústrias de armas, por iniciativa dos Assessores do Presidente Wilson, Coronel Edward House e Bernard Baruch. Esta Comissão das Indústrias de Guerra (War Industries Board), foi dirigida por Baruch, banqueiro e acionista de Wall Street, junto com Clarence Dillon, também banqueiro. Este grupo era ligado a E.H. Harriman, banqueiro e acionista que havia obtido controle da Union Pacific Railroad em 1898, com créditos da casa financeira londrina Kuhn, Loeb, e de William Rockefeller, dono do National City Bank e diretor da Standard Oil (pertencente a seu irmão John Rockefeller).
Em 1914, Percy Rockefeller, filho de William, havia assumido para o City Bank o controle da fábrica de armamentos Remington Arms. Estes empresários e financistas, ligados ainda ao grupo londrino J. P. Morgan, estavam definitivamente interessados em que os Estados Unidos entrassem na guerra e, quando finalmente conseguiram, a expansão de seus negócios foi imensa, junto com uma notável e permanente influência destes homens de famílias anglo-saxãs tradicionais da Costa Leste, nos negócios de Estado e de governo norte-americano, além da consolidação de um ilimitado poder de controle dos mercados financeiros e empresariais.
Para dirigir o Ordnance, Small Arms and Ammunition Section, divisão da Comissão das Indústrias de Guerra, foi convocado em junho de 1918, o bisavô do atual Presidente da República dos Estados Unidos da América, Samuel Bush, pai de Prescott Bush, e avô de George H. Walker Bush. Como ex-presidente da Buckeye Steel Castings, de Columbus, Ohio, Samuel era especialista em produzir para a indústria ferroviária. Embora não possuindo experiência em armamentos, Samuel foi escolhido para gerenciar esta divisão devido a suas ligações com os grandes capitalistas da Costa Leste. Como parte da Comissão das Indústrias de Guerra, sua divisão era a instância de negociação com a indústria armamentista frente às demandas do governo, enquanto Robert Lovett, presidente da Union Pacific Railroad, conselheiro e executor de E. H. Harriman, cuidava das prioridades de produção e venda das indústrias para a Comissão de Baruch.
Essa produção para a guerra com o dinheiro público foi motivo de uma Comissão de Inquérito no Congresso em 1934, em que um Senador atacou "Os Mercadores da Morte", vendedores das firmas de armas que conduziam as nações à guerra, suprindo em seguida todas as forças em conflito. A Empresa de Percy Rockefeller, Remington Arms, fizera grande venda de armamentos de infantaria para a Rússia Czarista, vendeu metade do armamento leve da Primeira Guerra para os aliados anglo-saxões, assim como a maior parte dos rifles utilizados pelos EUA.
Na recente história norte-americana não são poucos os registros de denúncias civis, ou parlamentares, contra “negócios” que, de forma alguma, se enquadram no espírito liberal de fundação cristã-protestante da pátria estadunidense, onde a “livre empresa” e o anti-monopolismo, assim como a condenação da usura, são a marca de um discurso político que tem respaldo institucional e civil. Já em sua campanha eleitoral de 1912, o Presidente Theodore Roosevelt fazia uma sugestiva advertência: “Por trás do governo visível senta-se ao trono um governo invisível o qual nenhuma fidelidade e nenhuma responsabilidade reconhece para com o povo. Aniquilar este governo invisível, desfazer a associação perversa entre os negócios corruptos e a política corrupta é a tarefa do estadista”. Para Teddy Roosevelt, líder da ala democrática-liberal do Partido Democrata, o banqueiro Harriman era um “cidadão indesejável”. Esta opinião, junto à imagem de “corrupção entranhada” era consequência de operações fraudulentas realizadas pelo banqueiro com ações de sua empresa ferroviária.
Em 1919, William Averell Harriman, filho do banqueiro Harriman, vai a Saint Louis, Missouri, para convencer o mega-acionista e maior liderança empresarial regional George Herbert Walker, a assumir a presidência do Trust financeiro-industrial de sua família. Herbert Walker, que tinha grande acesso aos capitais da casa financeira londrina J. P. Morgan e da Guaranty Trust de Nova Iorque, assume a presidência do que se torna o banco W. A. Harriman & Co. Além de Herbert Walker, a empresa financeira contava com Averell Harriman, seu irmão Roland Harriman, e Percy Rockefeller, como executivos. Prescott Bush, filho de Samuel Bush, foi convidado em 1926 a ocupar a posição de Vice-Presidente da firma. Ele havia se casado em 1921 com Dorothy Walker, filha de Herbert Walker, de modo que o grande empresário de St. Louis vem a ser o avô materno de George Herbert Walker Bush, Presidente dos EUA em 1988-92, pai do atual Presidente.
Todos estes jovens e audaciosos executivos (com exceção de 'Bert' Walker, que fora educado em Londres) eram membros das famílias tradicionais que se dirigiam à Universidade de Yale (Percy, turma de 1900, Averell, turma de 1913, Prescott e Roland, turma de 1917). Ligados por laços familiares de tradição elitista da Costa Leste, esses executivos se reuniam todos secretamente numa exótica associação acadêmica denominada Skull&Bones. Vista como uma espécie de imitação de aristocracia britânica, com tons de culto secreto, a irmandade acadêmica servia para que seus círculos internos fossem recrutados pelos grandes financistas de Wall Street, representantes dos capitais e estratégias das casas londrinas. A Skull&Bones deu margem a uma série de especulações sobre seus objetivos ao longo do tempo, junto ao público norte-americano. Sabe-se que ela foi fundada em 1832 pelo General William Russel, cuja companhia de navegação fazia o comércio de ópio na China. O fundador da Universidade, Eli Yale, fizera sua fortuna trabalhando para o comércio ilegal de ópio com a British East India Company, assim como as ricas famílias do Leste que por várias gerações têm enviado seus filhos para os bancos da Universidade. (THE NEW FEDERALIST, 26/Jan/1990).

De acordo com o escritor Anthony Sutton, esta sociedade acadêmica é uma ramificação da irmandade secreta e hierarquizada (13 graus) Illuminati, da Bavária, fundada pelo ex-Jesuíta Adam Weishaupt, em 1776, também encarregada de recrutar elementos notáveis para uma sociedade na aparência ligada ao esclarecimento e à “livre iniciativa”, que lutava por uma “Nova Ordem Secular”. Weishaupt conseguiu em 1782 a união de sua irmandade com a Loja dos “Pedreiros Livres” (Freemasons), sendo em seguida os papéis da ordem apreendidos pelo Príncipe da Baviera. A clandestinidade e o uso de outras sociedades de fachada passa a ser a prática de Weishaupt e outros líderes das irmandades secretas.
A irmandade de Weishaupt, por sua vez, foi co-irmã, associada, promovida, ou filial, conforme as diferentes interpretações dos autores, de uma outra irmandade também com tons ocultistas, mas esta promovida por um enigmático comerciante da Rua dos Judeus em Frankfurt, que estava se tornando um rico banqueiro ao final do século XVIII em função de certos favores da germânica Casa Real da Hessia. A irmandade do novo-rico e ambicioso patriarca Mayer Amschel Bauer era baseada em certas leituras e encontros por ele promovidos para a leitura do livro Talmud, ele que havia recebido uma educação para ser Rabino, antes de se empregar na Casa Financeira Oppenheimer, em Hannover, onde, de acordo com o desejo de seu pai, o jovem Amschel “tudo pôde aprender sobre o empréstico financeiro”.
Seu pai Moses Amschel Bauer, ourives e cambista itinerante que emigrara da Europa Oriental para o bairro dos judeus Frankfurt, era um daqueles “judeus não-hebreus” os quais, segundo Arthur Koestler e muitos outros autores, eram os “judeus” da Europa Oriental descendentes da tribo dos turcos Khazares. Esta tribo, com forte senso de identidade e orgulho, provável descendente dos Mongóis, em disputas geo-políticas de independência no século Oitavo, pressionados entre o Império Russo, as nações européias católicas, e as nações muçulmanas, optaram por se “converter”, por conveniência, à religião do Talmud.

A menção biográfica às leituras do Talmud promovidas pelo patriarca Mayer Amschel, conhecido por sua inteligência e tenacidade, deram margem às lendas e leituras sobre os afamados “protocolos de Sion”. Tanto o texto do livro canônico hebreu, quanto as várias versões dos “protocolos”, coincidem nos conceitos de povo escolhido, raça escolhida, os quais teriam superioridade ética sobre os outros povos ou raças.... Seja qual for a versão final sobre as irmandades secretas, o que notam os autores é que é extremamente irônico que um descendente turco tenha sustentado uma irmandade baseada na superioridade da raça, da cultura, ou da religião dos Hebreus... O “sionismo” teria assim a significação de uma manipulação sobre a tradição dos Hebreus, e não de fato a sua defesa ou proteção.

Na história do capitalismo financeiro a dinastia financeira criada por Mayer Amschel não ficou conhecida por seu sobrenome Bauer, mas pelo nome Rothschild, adotado por ele a partir do Escudo Vermelho – Rotes Schild – o escudo que estava sobre a entrada de sua casa no bairro judeu – característica que dava o nome para as famílias judias do bairro. O primeiro dos cinco filhos do patriarca Mayer Amschel, Nathan Rothschild, em consequência de astuciosas políticas financeiras, após as guerras napoleônicas, se torna o principal banqueiro em Londres... Os outros quatro filhos do patriarca, cada qual é chefe de uma Casa Rothschild nas principais capitais européias, Paris, Berlim, Nápoles, Viena. O neto de Nathan é, ao final do séc. XIX, Lord Rothschild, que se associa ao maior magnata do colonialismo inglês, Cecil Rhodes, para fundar a sociedade de elite Távola Redonda, dando início à grande aventura hegemônica do capitalismo financeiro e do império inglês.


Dinastia Bush III

Tribuna de Petrópolis
10/Out/01


O banco W. A. Harriman & Co, fundado em 1919, que tem George Herbert Walker na presidência, Prescott Bush na vice-presidência, (respectivamente o avô materno e o pai de George H. Walker Bush, o presidente dos EUA 1988-92), William e Roland Harriman, e Percy Rockefeller como executivos, torna-se um sólido bastião para os negócios e para os interesses políticos do grupo de associados e amigos da Universidade Yale. William Averell Harriman (da turma de 1913), idealizador da firma, vem a ser, posteriromente, o embaixador dos EUA na URSS durante a Segunda Guerra, Governador de Nova Iorque, e Assessor Presidencial (Admin. Kennedy) que promove a entrada dos EUA no Vietnam.
O ano de 1919 é o ano do Tratado de Versalhes, e diversas conferências e reuniões de políticos e estrategistas dos países vencedores da guerra são feitas na Europa, muitas delas tendo como organizadores ou participantes os detentores dos grandes capitais das tradicionais e poderosas Casas Financeiras, que agora incluem firmas ianques de Wall Street com sede em Londres, junto aos magnatas londrinos da Távola Redonda.
Em Paris é feita a reunião inicial do Council on Foreign Relations, sob a liderança do grupo Rockefeller, reunindo empresários, políticos, diplomatas, acadêmicos. O Council, sendo uma organização privada e norte-americana, teve enorme influência na vida política dos EUA nas décadas seguintes, principalmente a partir dos anos 50 em que Nelson Rockefeller, como Assessor de Segurança para o Presidente Eisenhower, é encarregado de organizar todo o sistema de Inteligência Estatal (havendo Allen Dules, membro do Council, se tornado Diretor da CIA a partir de 1953).
Como resultado da guerra, os navios da companhia de navegação a vapor Hamburg Amerika Line haviam sido confiscados pelos EUA. Averell Harriman, através de habilidosas e reservadas negociações com o governo, obteve o controle da empresa alemã, que recebeu de volta os navios confiscados. A Harriman&Co pagou ao governo o valor das embarcações, mas a firma alemã tinha que dividir em 50% seus negócios europeus com a empresa de Harriman, que obteve o controle completo das operações nos EUA. A empresa se tornara a maior de navegação comercial e, como co-proprietário, Harriman acabou por dominar os negócios da Hamburg Amerika Line até 1940, através de sua sucursal nova-iorquina American Ship and Comerce Co. O crescimento da empresa original de Harriman foi imenso, com Herbert Walker na presidência, o qual obteve ainda maiores fusões do capital da nova empresa com o capital da Morton & Co, e com o capital interligado da J. P. Morgan.
Em 1922, a empresa instala sua primeira filial em Berlim, em associação com o capital Warburg, de Hamburgo, e inicia uma rede de investimentos na indústria e na produção de materiais primas da Alemanha. De sua filial berlinense, Harriman e Herbert Walker fazem negócios com o regime bolshevike, reinstalando a indústria petrolífera da Rússia, e investindo na extração do manganês.
Em 1931, em plena recessão, é feita a fusão da Harriman & Co. com o capital Brown Brothers, com sedes em Londres e Nova Iorque. A empresa resultante Brown Brothers Harriman, se torna a maior casa bancária dos EUA, e politicamente a mais influente. O capital Brown Brothers era resultado de bons negócios feitos no século dezenove com os fazendeiros escravagistas plantadores de algodão do sul dos EUA, e com o transporte do algodão para as indústrias inglesas, contrariando o sentimento civil anti-escravagista da nação, que levou à Guerra de Secessão de 1861-65. Prescott Bush se torna sócio-gerente do complexo formado pela fusão das duas companhias, junto aos irmãos Harriman, e Thatcher Brown, enquanto Herbert Walker se retira para seus negócios próprios.
Montagu Norman, como poderosa figura na política financeira da época, Diretor-Presidente do Banco da Inglaterra, havia sido sócio da Brown Brothers (seu avô fora gerente da firma na época da guerra civil nos EUA). No contexto da situação recessiva da economia mundial, a elite do capital londrino decide investir na aventura hitlerista. Com o entusiasmo de Montagu Norman para os negócios com a Alemanha nazista, a Brown Brothers Harriman e a Hamburg Amerika Line foram levadas a desempenhar papel decisivo na montagem da máquina industrial e militar de Adolph Hitler.
A firma de Harriman já desde 1924 tinha capital interligado com o banqueiro alemão Fritz Thyssen, através da Union Banking Co., montada em Nova Iorque com as ações e a diretoria divididas entre os diretores da Harriman & Co. e representantes do capital Thyssen. O banqueiro Thyssen tinha interesse em ter uma representação em Wall Street, para o desenvolvimento de seu complexo de indústrias metalúrgicas. Este é o banqueiro que, ainda durante a guerra, escreve o livro Eu Financiei Hitler, onde relata todo o esforço financeiro e empresarial de seu grupo para dar sustento político à ascensão do partido nazista, e para a montagem de sua máquina de guerra. O capital para os investimentos da Vereinigte Stahlwerke (Trust do aço alemão) foi montado para Thyssen em 1926 pelo banqueiro Clarence Dillon Read, ligado aos Harriman, que fora diretor na Comissão das Indústrias de Guerra para o governo em 1917.
O grupo incluía ainda a Harriman Fifteen Co., possuidora de um terço dos investimentos da metalúrgica Consolited Silesian Steel Co., que fazia a mineração de carvão e zinco na Polônia, enquanto o banqueiro e industrialista Friedrich Flick possuía dois-terços. Flick foi o financiador da elite nazista S.S., sendo posteirormente condenado por trabalho escravo pelo tribunal de Nuremberg. (Depois de três anos de prisão, voltou para seus amigos em Nova Iorque, onde morreu bilionário). Exigências do governo polonês para que o holding pagasse taxas de exportação de aço e carvão que não fossem sub-faturadas pelas condições recessivas, foram silenciadas com a tomada da Polônia por Hitler em 1939.
No período de 1930-32, o grupo de Harriman e Bush trabalhou ativamente para dar apoio ao projeto nazista, junto com os banqueiros e industriais Thyssen, Warburg, Cuno, Voegler, Schroeder e Flick. A Hamburg Amerika Line transportava gratuitamente ativistas nazistas; jornais e propaganda nazista eram financiados pela empresa nos EUA, assim como haviam sido financiados na Alemanha.
Em 20 de Outubro de 1942, no momento em que os Estados Unidos tentava seu primeiro grande assalto contra a Alemanha nazista, o governo, sob a Lei de Relações Comerciais com o Inimigo, ordenava o confisco das operações bancárias nazistas, o que levou à desapropriação das ações da Union Banking Corporation, da qual Prescott Bush era diretor - sendo as ações pertencentes a Bush, Roland Harriman, dois associados de Bush, e três executivos nazistas. Em seguida, a American Ship and Comerce Co., a Harriman Fifteen, a Holland-American Trading Co., a Seamless Steel Equipament Co.., tiveram suas ações confiscadas, porém somente as ações dos nazistas. Os negócios de Harriman e Bush, de forma alguma se interromperam com os atos de confisco governamental, nem tampouco suas carreiras políticas.


Dinastia Bush IV

Tribuna de Petrópolis
03/Abr/02


Denúncias, suspeitas e incongruências surgidas logo após os atentados às torres em Nova Iorque, o já historicamente famoso Onze de Setembro, se acumulam a esta altura de maneira incontestável, e surpreendente apenas para quem ainda acredita que a Dinastia Bush esteja governando em nome da nação Estados Unidos, ou em nome de seu povo, ou de seu Estado constituído. Sinais perversos, aliás, já característicos, desde que Georgie Dubia Bush assumiu a Casa Branca através de uma apuração eleitoral inteiramente não convincente.
Uma das fontes mais autorizadas a romper o conformismo sob a versão oficial maniqueísta sobre os atentados foi Andreas Von Buelow, ex-Ministro das Defesa e ex-Ministro de Ciência e Tecnologia da Alemanha durante governos social-democratas anteriores. A questão central dos atentados às torres, levantada a esta altura por diversas fontes,(*)
e sutilmente respaldada por Buelow, é o aparato de controle remoto externo de alguns aviões de fabricação norte-americana, única explicação plausível, como se verá, para as incríveis performances dos aviões supostamente sequestrados.
(*) ver Joe Vialls, 13-Eletronically Hijacking
Em entrevista ao jornal diário alemão Tagesspiegel a 13 de janeiro (*) o ex-Ministro alemão lista uma série de inconsistências que se acumularam ao longo da versão oficial sobre os supostos sequestros, a qual serviu, segundo ele, para uma "lavagem cerebral nas democracias de massa do Ocidente". A começar pela facilidade encontrada pelos supostos sequestradores em preparar todo o ataque nos Estados Unidos e fazer passar quatro grupos deles num mesmo horário matinal através dos aeroportos sem serem notados pelos "26 serviços de inteligência dos EUA com um orçamento de 30 bilhões de dólares"...
(*) www.rense.com, ver a página 911 – The Citizens Investigation Continues
Buelow nota que ainda durante 60 minutos nenhuma interceptação militar aérea foi feita, o que toda gente percebeu (exceto pela derrubada do avião do vôo 93, cuja estória ficou mal explicada); que o FBI já tinha uma lista de sequestradores pronta em 48 horas, mas que em dez dias descobriu-se que sete deles estavam vivos; que o suposto líder Mohammad Atta veio de avião de Portland para Boston num vôo que poderia chegar atrasado para o embarque no avião sequestrado, o que não seria típico de um "terrorista sofisticado"; que nenhum dos sequestradores estava na lista oficial de passageiros, ou seja, não fizeram o check-in; que nenhum dos pilotos dos aviões sequestrados deu sinal de alarme, assim como as caixas-pretas não apresentam diálogos significativos; que os sequestradores se apresentaram sempre com seus nomes verdadeiros, ao usar cartões de crédito e fazer os cursos de pilotagem; que deixaram sinais claros de toda sorte sobre seus atos, algumas cartas "casualmente" encontradas pelo FBI; que, como supostos praticantes muçulmanos, eles estiveram na véspera se divertindo bêbados num bar strip-tease; que a compra de ações de seguro ligadas às companhias aéreas atingidas teve um crescimento de 1.200% na véspera do ataque; que, enfim, os temíveis membros do Al-Quaeda se encontravam perfeitamente na mesma condição que Lee Oswald em Dallas: a de pretextos para acusação.
É neste contexto que o engenheiro aeronáutico Joe Vialls, citado acima (*) esclarece que o comentário de Buelow em termos de que "a teoria de um engenheiro de vôo britânico, de acordo com a qual a direção dos aviões foi talvez tirada das mãos dos pilotos por alguém de fora. Os norte-americanos haviam desenvolvido um método nos anos 70 por meio do qual eles poderiam resgatar aviões sequestrados intervindo na computação do sistema de pilotagem automática. De acordo com esta teoria, foi feito abuso dessa técnica nesse caso" – é um comentário eufemístico de alguém que não quer se expor demais, mas que certamente sabe dos fatos. Em outra entrevista ao Alex Jones Buelow revela ter ficado ciente, quando era Ministro da Defesa e de Ciência e Tecnologia, de que a Lufthansa havia descoberto este equipamento de pilotagem a distância que deveria se manter secreto na aviação, e o substituiu por um outro com informática alemã, para evitar que seus aviões fossem indevidamente "resgatados" pelo sistema norte-americano.
(*) www.rense.com/general19/formergerman.htm
Como Ministro da Defesa Von Buelow fez parte de um comitê de investigação sobre "criminalidade econômica" das agências de inteligência na Europa, se deparando com um veto a suas investigações no que dizia respeito à CIA e a sua aliada alemã BND. Ele acabou por descobrir as relações de "criminalidade econômica" de Manuel Noriega, Presidente do Panamá, traficante e lavador de dinheiro, a soldo de US$ 200.000 p/ano da CIA, o que levou Buelow a se dedicar ao tema e escrever um livro sobre a CIA e os serviços de inteligência.
As desconfianças de Von Buelow foram curiosamente confirmadas com o suposta "gafe" cometida pelo Serviço de Imigração e Naturalização dos EUA no início de Março ao fornecer a carta de confirmação do pedido de visto de permanência para estudantes feito a 29 de Agosto de 2000 pelos dois supostos pilotos-terroristas Atta e Al-Shehhi (*). Os dois supostos fundamentalistas islâmicos, junto com duas outras das equipes apontadas como os sequestradores dos quatro aviões do dia 11 de Setembro, estavam a fazer cursos de pilotagem na Florida, nas escolas Huffman Aviation e Venice Airport, na cidade de Venice, desde o início de Julho daquele ano.
(*) madcowprod.com
Rudi Dekkers, diretor da Venice, acabou por se envolver em contradições ao dar suas versões para a imprensa sobre aquele "erro particularmente difícil de explicar", segundo o New York Times. A versão inicial de que eles eram inocentes aprendizes de aviação, fazendo cursinhos econômicos para sobreviver profissionalmente, foi modificada para um quadro onde eles na verdade pagavam preços exorbitantes pelos cursos, e viviam inteiramente à vontade, recebendo tapete vermelho.
Ao responder a uma pergunta provocadora dos entrevistadores sobre seu possível anti-americanismo, e sobre "teorias conspiratórias" Von Buelow, que tem em seguida sua condição de expert em inteligência militar reconhecida pelos repórteres, avisa que "mesmo jornalistas investigativos são alimentados com propaganda e desinformação", e que o atentado de 11/Set "se encaixa perfeitamente na concepção da indústria de armamentos, das agências de inteligência, e do complexo acadêmico-industrial-militar". Se afirmando admirador dos EUA e de sua sociedade, Buelow contesta o "rídiculo que pretenciosamente se atribui a todos aqueles que levantam estas perguntas, por aqueles que preferem seguir a linha política e oficialmente correta", implicando que isto serve aos golpes de inteligência secreta.
Aquele que ocupava a pasta da defesa alemã no gabinete Helmut Schmidt, quando a Rússia invadia o Afeganistão, avisou ainda que não era uma teoria sua, a de que os estrategistas de elite ocidentais estavam tentando criar um "inimigo ideal" para as guerras colonialistas na figura das nações islâmicas agressivas, assim como haviam feito na campanha anti-comunista. Estas teses, a rigor, eram as teses defendidas por Samuel Huntigton e Zbigniew Brzezinski (O "cachorro louco", que havia planejado a desestabilização da URSS a partir das nações muçulmanas vizinhas, quando a CIA deu suporte ao treinamento de 30.000 mujahedin) como uma necessidade política para reforçar a identidade da sociedade ocidental, enquanto o Ocidente deveria se reservar ao direito de utilização das reservas de óleo e gás do Oriente Médio.
Buelow defende a necessidade da manutenção dos serviços de inteligência estatal, ao contrário da ingênua proposta dos Verdes alemães. Ao descrever o tipo de inimigo diante do qual a nação deveria se acautelar, o político social-democrata descreve um nível "abaixo do nível da guerra, e fora da lei internacional" no qual "os Estados (mundiais) são influenciados por insurreições organizadas, ataques terroristas, comumente combinados com tráfico de drogas e armas para os grupos violentos, e com lavagem de dinheiro, por meio de agências de inteligência que gastam 90% de seu tempo apagando traços e criando pistas falsas" – isto é, a descrição da própria CIA. Segundo ele, "muitas pessoas influentes concordam com estas teses, porém só em sussurros, nunca publicamente."
* * *
Todas estas referências, artigos e análises estão disponíveis no site do radialista norte-americano Jeff Rense, com milhões de consultas mensais neste momento, o que vem demonstrar finalmente que, mesmo nos Estados Unidos "não se pode enganar a muitos por muito tempo":
Ver no www.rense.com as páginas 9/11 Whistleblower Vreeland - Charges Dropped, sobre o oficial de inteligência naval que pediu asilo no Canadá, por "ser capaz de provar o conhecimento prévio do governo sobre os ataques"; e Scandal Inside The FBI - Did G-Men Miss the Boat On 9/11? sobre o Agente Especial do FBI Robert Wright que está processando o governo por que teve suas investigações sobre os atentados barradas pelo Departamento de Justiça.


Dinastia Bush V

Tribuna de Petrópolis
18/Mai/02


A recente declaração em entrevista (F. de S. Paulo, 12/Maio/02) do escritor e crítico Gore Vidal de que o governo dos Estados Unidos tinha conhecimento prévio sobre os atentados de 11 de Setembro, e que nada fez para impedir, porque tinha interesse em começar uma guerra no Oriente Médio, é apenas a primeira parte das revelações essencias sobre o "governo paralelo" nos EUA, revelações que se tornam nesse momento histórico uma necessidade para a continuidade dos conceitos civilizatórios e humanistas no Ocidente. A aceitação das teses oficiais, assim como a aceitação da "versão Lee Oswald" em 1963, é um sinal de boas vindas ao fascismo, e um erro lamentável de intelectuais que ingenuamente acreditam em denunciar como "teoria conspiratória" qualquer crítica ao sistema paralelo nos EUA, críticas baseadas em evidências insofismáveis, e em denúncias feitas pelos próprios ex-membros das organizações, sociedades, e serviços secretos.
Durante a ascensão de Hitler muitos observadores denunciaram o real projeto fascista hegemônico do perverso Chanceler, até que o mesmo rasgou a fantasia, invadiu seus vizinhos, e deixou perplexos outros tantos que dormitavam na versão conformista e pragmática. E é preciso não esquecer que Hitler subiu com um golpe semelhante ao 11 de Setembro, quando o Parlamento alemão foi incendiado e a culpa posta nos comunistas. A tática de insuflar um inimigo ideal, ou pôr a culpa num inimigo ideal, é prática comum das inteligências imperiais belicistas. (Remember nosso Gasômetro que seria explodido com o mesmo fim; assim como a proposta feita nos anos 60 pelo agente especial John Hull, agente de ligação, ao agente da CIA Richard Hayes no Rio, de explodir o Consulado dos EUA em São Paulo, com o mesmo fim - J.B. 07/Out/01.)
A maioria dos críticos, entretanto, assim como Gore Vidal, acredita numa mera aventura imperialista em termos econômicos, e em termos regionais de controle do petróleo. O cidadão comum, por sua vez, é levado a acreditar num egoísmo próprio dos norte-americanos, como se tudo fosse consequência do imperialismo natural de uma grande nação, os ianques, que seus governantes meramente levariam a cabo.
Mesmo quando fala em "conspiração geopolítica em grande escala, e agora o império está abrindo suas asas sobre uma nova área da terra", Vidal ainda acredita que "a maior parte deles é do ramo do petróleo -- ambos os Bushes, Cheney, Rumsfeld e assim por diante. Eles estão no poder, e este é o último grande golpe que irá beneficiá-los pessoalmente e, como estou certo de que eles sejam suficientemente patrióticos para acreditar, também vai beneficiar os EUA: que o país tenha acesso a esse imenso manancial de óleo da Ásia Central, através de diversos oleodutos".
O que está se tornando claro para grande parte do público atento nos Estados Unidos é que o patriotismo e a hegemonia econômica nacional são apenas pretextos e instrumentos de uma política de dominação de um setor de elite internacionalista que, em última instância, acabará por destruir a sociedade norte-americana, assim como a sociedade dos outros países, arrastados a uma guerra insana e mentirosa, tal como na primeira e na segunda guerra mundiais.
Não é a economia norte-americana, certamente, que sai favorecida com a quebra premeditada da Enron, empresa de apoio da campanha eleitoral de W. Bush, e parte do sistema de diversas companhias monopolistas imperiais, incluindo a Halliburton, a UNOCAL, o grupo Carlyle, todas dirigidas por pessoas ligadas ao atual governo, incluindo o atual Vice-Presidente Cheney e o ex-Presidente G. H. W. Bush.
Em entrevista a 8 de março deste ano, o jornalista inglês Greg Palast revela as relações fundamentais entre a crise argentina, as exigências do FMI, e a aquisição de reservas estratégicas do país, inclusive água, para levar o país ao desespero propositalmente. Segundo ele, "o sistema de abastecimento de água de Buenos Aires foi vendido a preço de banana para uma companhia chamada Enron. Uma tubulação foi alienada, que corre entre a Argentina e o Chile..." Os "globalistas" em seguida "detonaram" a Enron depois de terem transferido suas propriedades para alguma outra companhia de aparência irrelevante, "fazendo desaparecer os itens desapropriados". Segundo Palast, o atual Presidente W. Bush fez a intermediação da compra em 1988.
www.gregpalast.com
www.globalresearch.ca
Desde o trauma do desaparecimento de John Kennedy, o termo "governo invisível" faz parte do vocabulário do cidadão politizado nos Estados Unidos. Este termo surgiu, não de teorias esotéricas, mas do jornalismo investigativo. Da mesma forma, as expressões "governo paralelo" e "governo secreto" são termos surgidos de denúncias e aberturas de arquivos feitas por ex-membros dissidentes dos sistemas secretos militares e de inteligência. Intelectuais e acadêmicos, entretanto, não se percebendo vítimas da opinião estereotipada formada pelos meios de comunicação pertencentes aos mesmos grupos monopolistas, se ufanam do uso do termo "teorias conspiratórias" como se isso os livrasse da responsabilidade própria de suas representações sociais e profissionais.
Os termos "elite orgânica", cunhado pelo cientista político René Dreifuss (vide A Internacional Capitalista), e a noção de crisis management cunhada pelo outro cientista político Hugo Hassman (vide A Trilateral), são termos úteis que dão a entender a necessidade de planejamento estratégico do capitalismo, mas são termos que, assim como a versão de Gore Vidal, nos deixam no meio do caminho.
Resta saber se intelectuais, jornalistas, acadêmicos, inclusive de esquerda, serão capazes de perceber a real dimensão do drama político em andamento, atingindo os termos críticos necessários, ou se, a exemplo de Walter Benjamin em fuga do fascismo, serão levados ao suicídio na fronteira da França com a Espanha, isto é, a um passo da liberdade e da eficácia intelectual.

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