Friday, April 18, 2008

16-Arthur Koestler e Al Jazeera

Al Jazeera, 20 de Agosto de 2007

Hebreus Ortodoxos Anti-Sionistas
Cumprimentam o Presidente da Persia --
Como podem 25 mil judeus estar
Vivendo em paz no Iran - ?
























Press TV // Iran

A DÉCIMA-TERCEIRA TRIBO

O Império Khazar e sua Herança

Arthur Koestler, 1976

The Thirteenth Tribe

Este livro traça a história do antigo Império Khazar, uma potência de grande expressão mas já quase esquecida da Europa Oriental, que se converteu ao Judaísmo no ano de 740 a.d.. A Khazaria, uma coglomeração de tribos Caucasianas, foi ao seu final destruída pelas forças do Gengis Khan, mas as evidências indicam que os Khazarianos remanescentes emigraram para a Polônia e formaram os antepassados dos Judeus Ashkenazim.

Os domínios dos Khazarios [Khazares] se extendiam desde o Mar Negro até o Mar Cáspio, desde o Cáucaso até o Volga, e eles foram um instrumento para bloquear o assalto muçulmano contra Byzantium – o braço mais oriental do formidável movimento na forma de pinça que na parte ocidental varreu o norte da Africa e a Espanha.

Após este período os Khazarios se viram em uma posição precária entre as duas maiores potências mundiais: O Império Romano do Oriente em Byzantium, e os seguidores triunfantes de Mohammed. Conforme assinalado por Arthur Koestler, os Khazarianos eram a terceira potência da época, e eles escolheram um método surpreendente de resistir tanto à pressão do Ocidente para que se tornassem cristãos, quanto do Oriente para que adotassem o Islã: Rejeitando ambos, eles se converteram ao Judaísmo.

A segunda parte do livro de Mr. Koestler trata da migração dos Khazarianos para os territórios da Polônia e Lituânia, como consequência da invasão Mongol, e o impacto deles na composição racial e costumes sociais dos judeus modernos. Ele apresenta um corpo volumoso de pesquisas detalhadas e meticulosas em favor de uma teoria que soa tanto mais convincente devido ao cuidado com que é desenvolvida.


Mr. Koestler conclui:
“A evidência apresentada nos capítulos precedentes reforça o argumento a favor daqueles historiadores modernos – sejam Austríacos, Israelenses ou Poloneses – aqueles que, de forma independente, defenderam a tese de que a parte mais significativa dos judeus modernos não é de origem Palestina, mas sim Caucasiana. A corrente maior das migrações judaicas não percorreu a região do Mediterrâneo através da França e da Germania, até para o Leste, e daí retornando. A corrente se deslocou numa direção consistentemente para o Oeste, desde o Cáucaso através da Ukrania e até a Polônia e daí para a Europa Central. Quando aquele assentamento em massa sem precedentes na Polônia veio a ocorrer, não havia simplesmente um número suficiente de Judeus na Europa Ocidental para lhe dar explicação. Ao passo em que no Leste uma nação inteira se movia para novas fronteiras."

“Os Judeus de todos os tempos se incluem em duas divisões principais: Sepharadim e Ashkenazim. Os Sepharadim são descendentes daqueles Judeus que desde a antiguidade viviam na Espanha (Em hebráico Sepharad) até que foram desalojados a final do séc. XV e se estabeleceram nos países vizinhos ao Mediterrâneo, nos Balcãs, e em menor escala na Europa Ocidental. Eles falavam um dialeto hispânico-hebráico, o Ladino, e preservavam as suas tradições e ritos religiosos. Nos anos de 1960, o número de Sepharadim era estimado em 500.000. Os Ashkenazim, no mesmo período, se contavam na casa dos 11 milhões. Com isso, em termos da concepção comum, um Judeu é praticamente sinônimo de Judeu Ashkenazim.”


Nas próprias palavras de Mr. Koestler, “A história do Império Khazar, tal como lentamente surge do passado, começa a se parecer como a mais cruel falsificação que a história jamais concebeu.”

Mr. Koestler era um Judeu Ashkenazim e sentia orgulho por sua ancestralidade Khazar. Era também um escritor de muito talento e bem sucedido que publicou mais que 25 romances e ensaios. Seu livro mais conhecido, Darkness at Noon, foi traduzido em 33 idiomas.

Como se poderia esperar, A Décima-Terceira Tribo causou bastante repercussão quando publicado em 1976, uma vez que demolia antigos dogmas raciais e étnicos... No auge da controvérsia em 1983, os corpos sem vida de Arthur Koestler e sua esposa foram encontrados em sua residência em Londres. A despeito de inconsistências significativas, a polícia encerrou o caso com laudo de suicídio.


* * *

Edição Brasileira: OS KHAZARES, Relume Dumará, 2005, RJ
Arthur Koestler é autor ainda de um importante ensaio sobre os primeiros físicos e astrônomos do Renascimento [Os Sonâmbulos, Copérnico, Galileu, Kepler].

Obs – É importante observar que o historiador Koestler defende, sem prejuízo de sua tese, a implantação do estado de Israel. Ver Apêndice 4. Considerando que “o problema da infusão khazariana de mil anos atrás, embora fascinante, é irrelevante para a moderna Israel.” Considerando “o direito à existência do Estado de Israel ... não baseado nas origens hipotéticas do povo Judeu, ou numa consagração mitológica de Abrãao junto a Deus” – porém “baseado na lei internacional, i.é, na decisão da ONU de 1947 de fazer a partição da Palestina, que já fôra uma província turca, então um território sob mandato Britânico, em dois estados, um Judeu e outro Árabe”. E acrescentando o historiador que: “como questão de fato histórica determinada, a partição da Palestina foi o resultado de um século de emigração judia pacífica e esforço pioneiro, o que provê a justificativa ética para a existência legal do Estado”...

Levando-se em conta todas estas considerações, é justamente o último item ético aquele que não se cumpre, com o massacre de 1948, as milícias Stern, Irgun e Haganah, os massacres de Chatila e Sabra de 1983, o atentado a Itzhak Rabin, etc. Ou seja, a ocupação do estado de Israel em nada foi pacífica, ou de convívio desenvolvimentista. E os “pacíficos emigrantes” começaram a chegar em 1877 a convite e com o financiamento do então Barão de Rothshild, e não da ONU... Este banqueiro “barão” (título nobre adquirido) que coincidentemente financiara o investimento britânico no Canal de Suez em 1875.

De acordo com: Ilan Pappe, The Ethnic Cleansing of Palestine:
… “That scheme simply did not fit Zionist plans. To reject it David Ben Gurion - eventual first Prime Minister, then de-facto leader - conceived stage one of the ethnic cleansing of Palestine. Pappe says the operation was called plan D. The ensuing process is what the Palestinian people call the Nakba or catastrophe of 1948. Ben Gurion and his core group took two Israeli terrorist groups, Stern and Irgun, as well as the young security force called Haganah and began to clear the land of Palestinians. During 1947 and 1948 these forces systematically murdered many Palestinian males and expelled the Palestinians from more than 500 villages and many from the traditional towns of Palestine except Jerusalem. They pushed more than 800,000 Palestinians into exile to Jordan - then including the West Bank - and surrounding countries.”

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