Wednesday, September 10, 2008

19-Quem Ainda Está no Governo




Sim, eu sei que depois de 8 anos vocês sentirão muitas saudades de mimm!! É por esta razão que deixarei gravada a memória de meus atos nesta inesquecível série de videos populares:


The Clone:
drunken clone
tevê lusitana
ten years difference
mister president





Prezado Leitor: Enquanto na Cidade de Petrópolis, nós-outros experimentávamos a amarga traição do "Jovem Prefeito" pela segunda vez em 2008 [Páginas 10//18]... Nos EUA a Cívica Ianque era definitivamente enterrada, com os dois mandatos do Dubya Bush que se encerravam, que seriam seguidos por mais dois mandatos do Fantasma Osama Barack Obama Bin Bin = !!!

Nesta data de 2024 estamos inserindo 11 artigos jornalísticos petropolitanos (e dois Programas para Cultura) nas páginas iniciais do Blogue Washington, que estão sendo substituídas. O Blogue Washington foi criado em 2007 para observarmos as peripécias de cinismo, abuso e cretinice que tomaram conta da Capital da República Ianque Desmoronada -- Desde os atentados "Nine-Eleven".

Os 2 artigos a seguir, recebidos pela editoria da Tribuna de Petrópolis em 2001 com muita ternura, podem corresponder ao Programa com que adotamos, e fomos adotados, pela Secretaria de Cultura de Petrópolis [Fundação] com a vitória eleitoral do PDT nas eleições de 2000.



















Presidente Andrew Jackson, 1829-1837, herói da burguesia republicana ianque. Por estar prevenido, sobreviveu a um atentado feito sob os auspícios dos banqueiros londrinos em 1835, que tentavam instalar um Banco Central de Emissões nos EUA...
Jackson havia retirado reservas federais, que estavam no então Banco Central, e depositado em Bancos Estaduais. O Banco Central já naquela época estava sob influência dos banqueiros londrinos, porém esta data é anterior em cerca de 70 anos ao período em que a hegemonia financista é descrita em abundância nos documentos aqui apresentados -- em suas audaciosas estratégias internacionais: vide The Planned Destruction of America, Página 02-Money Control.

 

A Política

Tribuna de Petrópolis

19 de Abril de 2001

Se fóssemos sondar a opinião popular sobre a “política’ encontraríamos algumas noções sobre “mandar”, “poder de comando”, etc, vestígios do período medieval no Ocidente, onde os monarcas encarnavam em suas pessoas o poder de comando da sociedade, sendo os Estados das nações apenas a conseqüência legítima disto. Nas origens helenísticas de nossa sociedade, o poder dos aristocratas e dos monarcas derivava do controle e fidelidade da classe guerreira. No período medieval um confuso sincretismo entre poder religioso, poder aristocrático e rituais administrativos de estados pseudo-legitimados deram forma aos estados das nações.

Em nossa época, a descrição sobre a legitimidade e a constituição do poder dos estados e dos governos não é menos confusa. O que será o “poder”? Para muitos, tacitamente, o poder é o estado e os governos que neles se instalam. Mas é evidente que a ocupação dos cargos nominais nessas instâncias depende de rituais sociológicos, entre eles o reconhecimento dos cidadãos, os rituais de instituições eleitorais e partidárias, os golpes de estado (quando revertemos ao período pré-histórico de legitimação como conquista), e outros estranhos rituais que incluem o poder econômico, a presença na imprensa, as afetividades psicológicas, rituais menos legitimamente legítimos como o suborno, o logro, promessas e, atualmente, o marketing. É evidente, também, que há várias instâncias na sociedade que são “poder”, sem serem estado ou governo.

A idéia de “poder político” é, na verdade, redundante, pois há muitas formas de Poder em Sociedade, e todas elas são A Política...

* * *

Karl Marx, o primeiro grande estruturalista no Ocidente, procura demonstrar que as forças políticas se exercem dentro de um sistema estruturado, o qual responde a um outro sistema que é de ordem econômica, o qual corresponde ao modo de produção, igualmente organizado como sistema, o que é um resultado criativo da relação Cultura / Natureza. Por “estrutura” deve-se entender, não apenas a existência de um sistema fisicamente interligado, mas principalmente o fato de que o significado, o sentido das ações isoladas dos elementos, deve ser obtido a partir das relações sistêmicas entre os elementos, não a partir de sua lógica interna.

Marx vê a mudança social, o sentido da política, como mudança no modo de produção, isto é, mudança do papel que as classes sociais desempenham na estrutura econômica. Nesse sentido “fazer política” é organizar as classes trabalhadoras para que elas possam deter as decisões e os meios de produção, capital, etc, tornando o processo econômico mais racional e humanizado, sendo o Estado e o governo, neste contexto, meros instrumentos.

A interpretação e a prática marxista em nossa história recente, embora baseadas numa visão materialista-ateísta da realidade, demonstraram uma imprevista possibilidade de convergência com a pragmática humanista-cristã, tal como expresso p.ex., na assim chamada Teologia da Libertação.

Na visão cristã, a solidariedade e a “igualdade” humana, são fins e métodos que valem por si mesmos. A prática cristã amorosa desencadearia espontaneamente a sociedade justa e democrática, inclusive do ponto de vista econômico.

Para a visão liberal do século dezoito, o livre mercado, a livre iniciativa empresarial, desencadearia espontaneamente uma sociedade justa e abundante, devido a um processo seletivo empírico de busca de riquezas e lucro, sendo o estado republicano uma expressão legitimadora, mediadora deste processo.

* * *

Numa sociedade violentamente injusta, espoliada e miserável como são as sociedades terceiro-mundistas emergentes do colonialismo, qualquer visão cristã de caridade e assistência social é necessariamente bem vinda. Por outro lado, nexte mesmo contexto, a assistência social é intrinsecamente poderosa como fator eleitoral clientelista. Inclusive os políticos conservadores, isto é, que conservam o modelo de sociedade capitalista-burguesa, fazem questão do assistencialismo, como maneira de neutralizar a demanda de mudança e justiça social, conservando assim a estrutura social burguesa e mantendo seus aparatos políticos.

O marxismo, enquanto crítica e tentativa de modificação da sociedade burguesa capitalista (neste sentido se define a “esquerda”) nesse contexto, se torna irreconciliável com a visão de assistência social. A não ser que a prática da assistência social esteja ligada a um certo sentido de “conscientização”, projeto último da Teologia da Libertação. (A tentativa de se definir “esquerda” em termos de “igualitarismo”, de qualquer forma, faz desaparecer esta importante distinção: a intensificação das desigualdades pode também ocasionar a mudança social.)

Do ponto de vista eleitoral a questão da assistência social se torna imediatamente visível, “democrática”, ao passo que a questão da mudança na estrutura (Revolução) se torna anti-eleitoral, contraproducente, de difícil visibilidade numa sociedade e num estado republicano burguês: Para fazer democracia a curto prazo e manter seus “poderes”, os políticos têm que afastar a democracia a longo prazo, não contestando a República como instituição. E a República existe para manter constitucionalmente a “iniciativa privada”, a legitimidade do capital acumulado, e validar o meio financeiro como fator de dinâmica social.

Em nossa atual sociedade, além do mais, formulou-se o "neo-liberalismo" como eufemismo ideológico: O neo-liberalismo não existe na vida real, pois, ao contrário da previsão liberal do século dezoito de “livre-mercado”, temos de fato um mercado inteiramente prisioneiro de oligopólios, de poderosas casas financeiras, e de jogos de política imperial exercidos pelas nações e empresas multinacionais capitalistas.

Ou seja, todos os poderes podem se exercer aqui, desde que não sejam o poder de modificar a estrutura.

* * *

A política enquanto “mando” pode se servir facilmente dos Estados constituídos, mas, conforme ensina o Marxismo, este mando estatal pode estar sendo comandado por fatores estruturais que são exteriores ao sistema político.

A política enquanto “poder de mudança”, por sua vez, pode estar nas formas de Estado, de governo, nas associações de bairro, nos partidos, nos sindicatos, nas universidades, nos meios de comunicação, na produção ideológica, e assim por diante.

Entretanto, é impossível transmutar a estrutura social burguesa, através de qualquer uma destas instâncias, mantendo-se as práticas burguesas, a moral burguesa, o dinheiro como valor, tudo aquilo que na Significação, de uma forma ou de outra, expressa a série burguesa: Salvação individual, lucro, acumulação (Weber) / Competição, mais lucro, culto do indivíduo / ou, a nível nacional: “crescimento econômico”, formação de mercado, “criação” de empregos, etc.

A Antropologia, a partir da Lingüística, observou que, quando falamos, não somos nós que falamos, é todo o sistema lingüístico que fala em nós; quando agimos, é a estrutura social que age em nós e por nós, nossa consciência individual acredita ser responsável pelos atos, mas ela é também um efeito. Somos portadores da Estrutura, ela significa o que fazemos.

Podemos assim considerar uma definição da Política, em termos de que é a expressão do Poder em Sociedade, porém somente quando isto ocorre no nível e na forma da Estrutura, isto é, não em termos do poder dos elementos sociais, segundo o que cada um deles supõe ser seu interesse de poder.

 

Espectros de Marx

Tribuna de Petrópolis

18 de Outubro de 2001

Jacques Derrida comenta de forma irônica as tentativas de driblar e ocultar os Espectros de Marx, que insistem em retornar e reaparecer ao final do séc. XX. Como o espectro do Rei Hamlet shakespeariano, que insiste em reaparecer aos seus soldados e a seu filho depois de sacrificado, enquanto seu enterro e o novo casamento da Rainha com o usurpador são feitos às pressas, as tentativas de enterrar o Karl Marx físico, individual, o autor simplesmente, apenas denotam o pavor diante do retorno infalível da teses marxistas e daqueles espectros de seu pensamento que pertencem, não a ele, o autor, mas à história social do Ocidente.

Os Espectros de Marx são aquelas modalidades de seu pensamento que pertencem ao tecido social no qual o pensador buscou se inserir analiticamente em seu tempo. Exatamente pela força de sua inserção, estes espectros estão se atualizando novamente em nosso tempo, através do tecido social. É o mesmo que dizer que, mesmo que alguns dos pensadores marxistas não existissem, estas idéias estariam presentes, porque pertencem de fato ao sistema e ao sentido em que está organizada a civilização do Ocidente desde a Revolução Francesa.

As definições de Divisão Social do Trabalho e Modo de Produção utilizadas por Marx são tão úteis e operacionais em 1850 quanto são em 2001. Desconhecer Marx como cientista social é o mesmo que desconhecer cada uma das diversas etapas em que o Ocidente desenvolveu seu Pensamento e seu auto-reconhecimento. Marx é um dos pensadores enraizados na cultura do Esclarecimento ou Aufklärung setecentista, cuja ambição maior era compreender, interpretar, analisar, o mundo, ou a sociedade, com alguma autonomia filosófica livre dos dogmas conceituais históricos.

A idéia de Ciência Social neste caso, não é uma idéia de verdade última ou conhecimento final sobre o que está acontecendo na Sociedade, mas de interpretação e conhecimento o mais objetivos possíveis, com o “despossuimento” da pessoa e dos dogmas individuais diante de um cenário que se pretende compreender. O caráter de construtivismo e de estruturalismo em Marx é o mais importante: a possiblidade de uma interpretação que se renova e que pode sempre abranger mais, formulando-se, assim, uma tradição de conhecimento. Marx fazia a análise e a síntese constantes de dezenas de pensadores socialistas e anarquistas de seu tempo.
















Carlos Marques nasceu na Renânia, o mais Cosmopolita distrito alemão, em meados da década de 30. Nos anos 50 fez estudos de Antropologia e Ciências Sociais em Frankfurt, onde se tornou catedrático, e vive até hoje, como um ESPECTRO de KARL MARX...
Recentemente declarou o ESPECTRO: "Pretendo viver mais que o velho marechal Hindenburg, para ver de pé a derrocada da Regime Financeiro Mundial, quando finalmente a Tese Socialista se tornará irrevogável".

Segundo ele, a privatização infinita da moeda levou ao anseio na direção oposta, que é a plena estatização da emissão monetária:
-- "A estatização da moeda é a conclusão lógica e historicamente necessária frente aos destroços do capitalismo financeiro, e o primeiro passo efetivo para o Estado Socialista".

 

Com seu papel contemporâneo de ditar os rumos da Cultura, a imprensa tem decretado ultimamente o “fim do Marxismo”, ou que “Marx não deu certo” como se o grande autor fosse um pensador voluntarioso (de acordo, exatamente, com o caráter subjetivista e voluntarioso como o pensamento social pequeno-burguês vê seus autores na realidade). Marx nos dá a lição, como todos os outros pensadores da tradição ocidental, de enraizamento na experiência social, empirismo e análise conjugadas. Num segundo momento de seu percurso Marx se torna também ativista, conforme o famoso lema “Os filósofos até agora interpretaram o mundo, é preciso doravante transformá-lo”. E isto é consequência da segurança obtida com as interpretações históricas feitas por ele e seus contemporâneos.

Marx, é claro, não deu receitas do “bem governar”, como Maquiavelli... A segunda grande preguiça mental do comentário jornalístico habitual é identificar o Marxismo com o regime soviético. Isto, é claro, em parte induzido pela necessidade de se identificar ideologicamente com um dos “dois lados” da confrontação Ocidente–URSS. As agências de notícias internacionais pró-ocidente são altamente monopolizadoras e concentradoras da informação, “matando” as versões diferenciais. As condições da política e da sociedade na América Latina, definitivamente, nada têm a ver com a “Queda do Muro de Berlim”. Inclusive, nos anos 60, os golpes de estado pró-EUA vieram exatamente num momento em que algumas nações da América Latina estavam tentando sair do dualismo da Guerra Fria.

Marx faz a análise da função das classes trabalhadoras dentro do Capitalismo, e desenvolve uma tese sobre seu possível desempenho na mudança da sociedade burguesa. Isto é a análise do desenho dinâmico de uma sociedade. De forma alguma,  uma receita de como se tomar o poder do Estado, e muito menos de como governar. O episódio da Revolução bolchevique, e toda a política leninista, é apenas uma versão possível dos fatos, assim como a política de outras lideranças revolucionárias, socialistas, comunistas, etc, em várias nações ao longo do tempo. É possível se inspirar nas análises e nas teses marxistas, assim como pode-se inspirar nas diversas leituras históricas, mas não é possível se responsabilizar uma leitura pelas condições políticas de uma sociedade. Se Marx houvesse atravessado vivo o séc. XX, provavelmente teria mudado de opinião sobre nossos Estados constituídos, assim como nós outros mudamos de opinião.

Já uma nova preguiça mental é dizer que “a Revolução Francesa deu certo”, ou que “O Capitalismo” ou os “Estados Unidos” deram certo, ou que a “URSS não deu certo”... Fica claro que depois da Revolução Francesa veio Napoleão, e que a Revolução de 1789 foi refeita e desfeita várias vezes, sendo portanto um processo histórico: E isso, exatamente, como os processos históricos analisados por Marx. Uma nova República, ou um regime socialista, não se instauram só pelo ato formal de instauração ou revolução. São atos que resultam de uma maturação de possibilidades ao longo de períodos.

Quanto aos Estados Unidos, ou o Capitalismo, dizer que “deram certo”, é muito difícil, no momento em que estas instâncias ameaçam a existência física do planeta (a equação: mais-valia igual a crescimento do PIB igual a Efeito Estufa). E a União Soviética, que teve seu fechado regime político desconstruído, resultou de um processo estatal concentrado, que levou uma nação camponesa à liderança no campo científico, tecnológico, industrial e militar: se é que isto significa “dar certo”!


18-Do Cívico


Do Cívico, do Social, da Sociabilidade

Diário de Petrópolis

11 de julho de 2008

O período de quase democratização republicana que se seguiu na sociedade brasileira a partir dos anos 80 deu nascimento a esta política que a fala comum passou a denominar de “fisiologismo”, um termo que não deixa de sugerir um quê de inocência e desprendimento... É injusto se pensar que os políticos são “iguais sempre”. O período de desenvolto fisiologismo dos anos 80 (hegemonia do PMDB, PFL, PTB, PL) não teve precedentes no país em termos das contabilidades partidárias não contabilizadas, organização solidária de colegas para a ocupação das máquinas governamentais através do processo eleitoral, e uso de propaganda sofisticada e truques de marketing para a obtenção da graça eleitoral.

É desse período a imagem do político “oficial”, que tem as vitrines externas cheias de brilho artificial, mas nos fundos de copa-e-cozinha o que ocorre é a “baixaria”. Por comparação, os políticos do coronelismo dos anos 20, e os políticos populares-populistas dos anos 55-64, se expunham mais à sociedade com seus rostos verdadeiros.

Foi nessa sequência que nossos partidos deixaram de representar as correntes da sociedade brasileira, e passaram a ser meramente, mas de forma retumbante, máquinas eleitorais. Aos indefesos eleitores passou-se a induzir o raciocínio de que “tudo que eles querem é o poder”, e os “políticos são todos iguais porisso”... Claro, isto como consequência dos meios de comunicação martelarem a mente dos cidadãos com a idéia de que estar no governo é “estar no poder”. Aquilo que mais se odeia, e mais se acusa, é aquilo que mais se quer, “o poder”, o que por outra via, justifica tudo.

Pergunta-se: quem está no “poder” no Palácio do Planalto? Lula? A burguesia? A Petrobrás? A classe trabalhadora? (Os “bolcheviques”, como quer o Jabour?) Ou os Bancos? O capitalismo especulativo internacional??

Entretanto, caro leitor, este período de “desprendimento” dos políticos dos anos 80 já é coisa do passado. Temos agora o político tipo “máfia”, sem aspas. A nova geração dos politicos brasileiros tem horizontes ilimitados de arroubo e audácia para a coleta de fundos “não contabilizados”, que se tornam finalidades muito mais que “utilitárias” das máquinas fisiológicas, se tornando dourados e refulgentes símbolos de “poder”...

Seus seguidores não são apenas uma claque de correligionários ansiosos por nomeações. Agora são guardas de “honra” armados e do ramo mais treinado nas instituições policiais, prontos para neutralizar ou intimidar qualquer oponente, que seja meramente verbal. Seus colegas não são apenas partidários somando doações benevolentes, mas “laranjas” que passam a colaborar na administração de redes de empresas e fundos fabulosos que se perdem de vista. O suborno, e o grampeamento de telefones de colegas e adversários com mesas de escuta, se tornam práticas comuns. A Casa de Governo, enfim, é uma reunião doméstica comandada pelo chefe, com todos aqueles que são seus seguidores fiéis, “amigos leais do chefe”...

Os chefões eleitorais-partidários se vêem como heróis de confrarias secretas auto-celebradas pertencentes a filmes hollywoodianos... Desenvolvem todos os “desempenhos” do ator cara-limpa, que discorre sobre coisas simples e comuns, que diz que cuida do povo, que diz que “está tudo bem”, quando toda a cena moral se desmorona em volta. Tenha-se como referência o eleitoralmente vitorioso ex-governador dos campos goytacazes, que permanecia na rádio evangélica declarando o quanto era temente ao “Senhor”, na mesma sequência em que comandava esquemas escabrosos com o seu Chefe de Polícia Civil – segundo o que foi apurado pelo Ministério Público e Polícia Federal.

Este novo regime yuppie-cruel está instalado em todo Brasil, a níveis federais, estaduais, municipais. Em Petrópolis, as lesões ao estado civil e a agressão à sociabilidade envolvendo a classe política são neste ano eleitoral de responsabilidade máxima do atual ocupante do Palácio Fadel. Trata-se neste ano não apenas de novas decisões eleitorais, mas de uma necessária cruzada para se restaurar a ética na política municipal.


Lambam$sa na Convenção do PDT Municipal em 2008

* Os sindicalistas agiam como célula com tipo de orientação marxista-leninista. Pode ser que fossem aliados antigos dos brizolistas do Rio, o que não ficou claro; e ainda qual o acordo que teriam com o Lôbo Lupi.

** O Alcaide tinha dívidas e negócios inenarráveis com seu ex-segurança. A partir daqui podemos poupar o leitor de maiores detalhes, exceto para concluir que nem um pingo dourado desses fatos *** saiu na “mídia” local - com a exceção da valorosa inclusão deste artigo pelo Diário de Petrópolis.

*** Incluindo-se o aparato mafioso de Don Pinguim Arlequim Dourado na Convenção, no Bogari, em junho de 2008, com seus guardas-malas e aparelho de escuta telefônica dos colegas (aparelho apontado por um de seus asseclas, e delicadamente mencionado pelo Sargento Gonçalo).

**** Brizola ergueu a mão do candidato a Prefeito na Convenção do PDT em 2000 no clube Bogari [ou Palmeira??].

 
Comentário 2014

Em 2008, o Prefeito Bem-Sucedido estava ao final de seu segundo mandato. Ele e o Pinguim Dourado ofereceram gorda propina ao Lôbo Lupi para que este ordenasse a intervenção no Diretório local do PDT, para afastar os antigos brizolistas. E eles tudo fizeram atropeladamente, tomando a sede do PDT com capangas e criados, nos acusando de "inoperância", fazendo uso da Renata-16 como “Presidenta Interventora” (“olha que meu marido luta karatê, hein, eu estou ligando para ele no meu celular”)...

O Pinguim [Juvenil] Dourado se mantinha na sombra, para ser o candidato a Vice-Presidente na próxima eleição do Diretório. As luvas da intervenção foram de 450 mil, com 50 mil mensais até as eleições.

Aconteceu que alguns rapazes sindicalistas da Petrobrás (aparentemente inspirados pelos brizolistas do Rio) conseguiram se incluir no grupo a ser votado para chapa dos interventores, a ser legitimado nas próximas eleições do Diretório.* Eles não conseguiram “chapa única” na votação, porque os pedetistas, liderados pela nobre figura do ex-presidente brizolista, organizaram uma “chapa de resistência”... No dia da apresentação das chapas, no casarão em cima da antiga pizzaria Don Corleone, o líder dos sindicalistas audaciosamente anunciou sua inclusão em nossa chapa...!

Foi o caos: o “mestre” Ivo (propinado do Arlequim Dourado, que era então o Presidente da Fundação de Cultura) avisou ao abnegado ex-presidente brizolista: “cuidado, nós somos um tipo de comando vermelho...” Vários rapazes nervosos dos dois lados com armas nas cintas. Ao final, para advertir os dissidentes sindicais petroleiros, foi chamado o guarda de segurança de Don Alcaide Corleone Bomtempo, o Sargento Sangonçalo... A ação habitual do Sangonçalo era apontar sua pesada arma ao desafeto, dando-lhe obscena intimação... O que ele acabou fazendo depois, em três oportunidades, durante a campanha eleitoral, contra membros do grupo do próprio Alcaide, agora seu ex-Chefe e adversário: duas vezes no camarote eleitoral por diferenças com os subordinados; e uma dentro do Gabinete da Prefeitura... Por sorte, o titular não estava presente na ocorrência policial...**


Os Partidos

Tribuna de Petrópolis

30 de maio de 2008

Os objetivos do golpe de Estado no Brasil não foram alcançados senão quando a política dos partidos se tornou definitivamente um espetáculo promocional festivo, cheio de tédio, individualista, sob confissões de “alegria” e “dedicação” inteiramente decorativas... Ao povo se oferece para a escolha eleitoral postulantes, da mesma forma que jogadores de futebol para a “grande copa”, ou vedetes para o “grande prêmio do cinema”...

O golpe de Estado nos países latino-americanos não deve ser compreendido como resultado de “interesses ianques” – como se Henry Kissinger, a CIA e o Pentágono, Lincoln Gordon, e todos os outros, trabalhassem para fazer prevalecer os interesses da sociedade de seu país, ainda que de forma violenta, lesando porisso os direitos das sociedades dos países do “terceiro mundo”.

Esses atores, assim como os serviços secretos militares a serviço da CIA, o monopólio das telecomunicações capitaneado por Roberto Marinho nos anos 80, o ataque dos Bushes e de Israel ao mundo árabe, e a candidatura Hilary Clinton, são facções muito bem posicionadas para defender os interesses do super-estado financeiro-feudal promovido pelos banqueiros Rothschild ao longo do séc. XIX, e pelos banqueiros Rockefeller a partir de 1919, com suporte de várias outras dinastias financistas. (Leia-se “Clube Bilderberg”, Daniel Estulin, Ed. Planeta, 2005). Este super-estado paralelo domina o Ocidente, e lesa os interesses dos povos ianques, latino-americanos e europeus igualmente (financiando Hitler, p. ex.).

A idéia de que a classe política precisa ser levada ao ridículo, se tornando uma claque de atores deslumbrados, sendo criadas falsas contradições, e jogando-se os atores uns contra os outros através de propaganda e de meios de comunicação monopolizados; o projeto central de corromper as instituições civis e “minimalizar” o Estado; a promoção da cultura vulgar e pornográfica; a promoção da criminalidade e da polícia corrupta; a compra dos governantes – enfim, são os conceitos centrais do famoso manual “Protocolos de Sion”...

Antes que se diga, estes “protocolos” não pertencem, e não defendem, os interesses supostamente de algum "povo judeu" [no sentido de herdeiros do antigo povo hebreu], os quais são também usados como "massa-de-manobra".

Os Protocolos de Sion, concebidos ao longo do séc. XIX pela dinastia Rothschild e pelos “Illuminati” da Bavária, são uma espécie de “chicletes”: quanto mais se tenta provar que seriam “forjados”, mais fica evidente seu macabro fundo de pura realidade!

A imposição do projeto dos “protocolos” se mostra tipicamente no Brasil com o sucesso eleitoral de Fernando Collor em 1989. A resistência à hegemonia do super-estado monárquico-financeiro se deu na América Latina através de algumas lideranças que entenderam a necessidade de se reforçar os Estados nacionais, e “politizar” a classe política: dar a ela um projeto moral e de compromisso, muito além da mera distribuição de benesses e agrados ao “povo”...

O fato específico que denota a hegemonia dos banqueiros é que nenhum governante, Presidente, Governador, Prefeito, tem qualquer eficácia, caso não tenha “muito dinheiro”: verbas oficiais e bastante “caixa-2”... Ao contrário, sendo um político voluptuoso, vazio, sem projetos, mas com “muito dinheiro”, com certeza o sucesso lhe sorrirá, com aplausos, holofotes e homenagens na “mídia” totalitária.

Nos tempos de antanho, quando a política dos partidos funcionava no Brasil, o país teve o que se poderia denominar um projeto de Social-Democracia. Em sua forma mais verdadeira, este conceito diz respeito à união da classe empresarial que acredita no verdadeiro livre-mercado, com a classe média liberal, e com a classe trabalhadora, contra a oligarquia financeira e os monopólios cartelizados internacionais.

Um Estado Nacional Social-Democrata eficaz, entretanto, não pode depender exclusivamente do torneio eleitoral, tão facilmente manipulado. É necessario a educação política, civil, ética, dos votantes. Esta seria a princípio a função dos partidos.

Contudo, vivemos na perfeita contra-mão da História: ao invés de serem os partidos uma expressão da consciência civil da sociedade, e daí formando seus projetos, e seus quadros, que seriam os candidatos do jogo eleitoral, e que, uma vez eleitos, estariam expressando como líderes estes projetos coletivos partidários, - o que temos são lideranças que se utilizam dos votos partidários e eleitorais para alcançar as máquinas de governo, para dar cargos a seus seguidores, os quais se tornam tropa de choque do líder, se tornando os partidos empresas eleitorais-marqueteiras-propinodutas, que trabalham para os projetos individuais dos líderes, para a reconquista dos Executivos a cada novo torneio eleitoral, o que se repete indefinidamente...

Em tempo: para aqueles que apostam no “enterro de uma sigla”, o retorno de Leonel Brizola e a fundação do PDT foi um exemplo de resistência à politica feudal-financeira no Brasil, em 1980.

C.M.Barroso

 

Tuesday, April 22, 2008

17-Xadrez do Cabal

The Secrets of the Federal Reserve

Eustace Mullins, 1991

Bridger House Publishers, Nevada

As Três Estruturas, pag. 26, adendo

[Trad.//Comentários C.M.B.]

Assim como a família Warburg, os Von Schroeder começaram suas operações bancárias em Hamburg... em 1900, o Barão Bruno von Schroeder estabeleceu o braço londrino da firma. [...] Durante a Primeira Guerra Mundial, a Corporação Bancária J. Henry Schroeder desempenhou um importante papel por trás do cenário. Nenhum historiador tem uma explicação razoável de como a Primeira Guerra começou. [pag. 69]

“Embora todos os principais da Conexão Londrina fossem originários da Alemanha, a maioria deles de Frankfurt, na época em que eles patrocinaram a candidatura de Hoover para a Presidência dos EUA, eles estavam operando desde Londres, assim como o próprio Hoover havia feito em quase toda sua carreira.

“Hoover havia também realizado um certo número de empreendimentos de mineração em várias partes do mundo como um agente secreto para os Rothschild, e havia sido recompensado com uma diretoria em uma das principais empresas Rothschild, as Minas do Rio Tinto na Espanha e Bolívia.” [pag. 72]

“Em 1928, a Conexão Londrina decidiu concorrer com Herbert Hoover para a Presidência dos Estados Unidos. Havia somente um problema: embora houvesse Hoover nascido nos EUA [de acordo com a Constituição]... ele nunca havia tido um endereço de negócios ou de moradia nos EUA, uma vez que havia se transferido para o exterior após ter completado seus estudos universitários em Stanford. O resultado foi que durante sua campanha para a Presidência Hoover teve seu endereço listado... em Nova Iorque, que era [dos sócios] da Corporação Bancária J. Henry Schroeder.

“Após ter sido eleito... Hoover insistiu em apontar um daqueles da velha turma londrina, Eugene Meyer, como Governador da Mesa Diretora da Reserva Federal... Meyer, junto com Baruch, havia sido um dos homens mais poderosos nos Estados Unidos durante a Primeira Guerra Mundial, um membro do famoso Triumvirato que exerceu poder sem paralelo – Meyer como Diretor da Corporação Financeira da Guerra, Bernard Baruch como Diretor da Comissão das Indústrias de Guerra, e Paul Warburg como Governador do Sistema da Reserva Federal.

“Um crítico de longa data de Eugene Meyer, [o parlamentar] Louis McFadden, Presidente da Comisão Bancária e da Moeda da Câmara dos Deputados, foi citado pelo New York Times (Dec. 17, 1930) como havendo feito um discurso da bancada da Câmara atacando a  indicação de Meyer, e com denúncias de que ‘ele representa os interesses Rothschild e é um oficial de ligação entre o governo francês e J.P. Morgan’.” [pags. 74, 75]

“Não contente em ter um amigo na Casa Branca, a Corporação J. Henry Schroeder logo estava se mobilizando para novos empreendimentos internacionais, nada menos do que um plano para desencadear a segunda guerra. Isto veio a ser feito com a provisão, numa conjuntura crucial, do financiamento para que Adolph Hitler assumisse o poder na Alemanha. Embora um número variado de magnatas tenha recebido crédito pelo financiamento de Hitler, incluindo-se Fritz Thyssen, Henry Ford, e J.P.Morgan, eles, assim como outros, propiciaram milhões de dólares para suas campanhas políticas durante os anos 20, assim como o fizeram para outros que também tinham uma chance de vencer, mas que no entanto desapareceram, para nunca mais se ouvir falar deles. Em dezembro de 1932, parecia inevitável para muitos observadores do cenário na Alemanha que também Hitler estava prestes a sofrer seu deslizamento de tobogan para cair no esquecimento. Apesar do fato de que ele havia se saído bem nas eleições nacionais, ele havia gasto todo o dinheiro obtido com suas fontes habituais e agora se confrontava com pesadas dívidas. Em seu livro Agression, [London, 1934] Otto Lehman-Russbeldt nos conta que

Hitler foi convidado a um encontro no Banco Schroeder em Berlim, em 4 de Janeiro de 1933. A liderança dos industrialistas e banqueiros da Alemanha deu cobertura a Hitler em suas dificuldades financeiras e o permitiram dar conta do enorme débito no qual havia incorrido relativo à manutenção de sua guarda militar. Em troca, ele prometeu quebrar a força dos sindicatos. No dia 02 de Maio de 1933 ele cumpriu sua promessa.

“Presentes ao encontro de 4 de Janeiro de 1933 estavam os irmãos Dulles, John Foster Dulles e Allen Welsh Dulles da firma jurídica nova-iorquina Sullivan& Cromwell, que eram representantes do Banco Schroeder. [...]

“Allen Dules posteriormente se tornou um Diretor na companhia J. Henry Schroeder. Nem ele, nem Henry Schroeder haveriam de ser suspeitos de serem pró-Nazi, ou pró-Hitler – o fato inescapável foi que se Hitler não tivesse se tornado Chanceler da Alemanha, haveria pouca probabilidade de se chegar a uma segunda guerra mundial, a guerra que viria a dobrar seus lucros. ” [p. 75]


Comentário

Hitler havia iniciado sua carreira política com um pequeno grupo sindicalista que se tornou o Partido do Trabalhador Alemão. Logo traiu seus compromissos e se apossou do Partido para concorrer às eleições nos anos 20, modificando a denominação para Partido Nacional Socialista do Trabalhador Alemão.

Mullins sugere que Hitler iria “deslizar para o esquecimento”, apesar de que seu NSDAPartei havia desafiado a hegemonia dos comunistas e social-democratas no Parlamento nas duas eleições de 1932. Não tendo programa ou objetivo coerente, Hitler e seu partido Nazi certamente seriam triturados pelo processo social na república de Weimar, que havia tornado impotentes outros partidos bem mais organizados. Nas eleições de março de 1933, o NSDAP obtém 288 cadeiras contra 120 dos social-democratas e 81 dos comunistas.

A reunião de Hitler com as lideranças capitalistas no banco Schroeder em janeiro de 33 poderia confirmar o habitual modelo de uma classe burguesa empresarial “em guerra” constante com as classes trabalhadoras.

A classe burguesa alemã havia sido liderada pela monarquia no séc XIX, era anti-usurária e nacionalista, poderia muito bem obter apoio com os trabalhadores urbanos se quizesse. Esta classe estava tão confusa com a derrota na guerra, quanto estavam as outras classes: os Junkers, proprietários feudais que sustentavam a Monarquia enviando seus filhos para os quadros militares; e os liberais, os sindicatos, e os nacionalistas, que tentavam dar forma à nova República. A expressão política natural da classe burguesa alemã seria junto aos partidos de Centro, o Católico e o Liberal-Democrata, como foi depois: não seria através do partido nazista.

O esforço político de alguns burgueses contra trabalhadores também está presente, mas somente naquele setor que foi cooptado pela ideologia, pelos fins políticos da classe feudal financeira. A campanha do delirante chanceler Adolph serve para que os banqueiros deixem as classes médias e burguesas neutralizadas pela propaganda com os terrores ideológicos “comunistas e judeus”, de um modo que desarticula a nascente república alemã. Não parece ser este o papel histórico da burguesia nacional alemã.

Entretanto, o material histórico mostra que os banqueiros internacionais (articulados no Banco de Londres, com seu presidente Montagu Norman) realmente intencionavam armar a Alemanha nazista contra a Rússia bolchevique.

Os mesmos planejamentos e táticas de ambiguidades e capatazes na República de Weimar são utilizados nos golpes de estado militares na América Hispânica posteriormente e, de forma violenta, no mundo árabe.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Jogo de Xadrez do Cabal


A Série do Poder Financeiro, segundo a sucessão histórica dos Jesuítas, dos Rothschild, Morgan, Rockefeller, etc, se inscreve de modo nítido no empirismo contemporâneo. Na tentativa mais sincera de interpretar o misterioso "Cabal" e sua genealogia, os autores, para não cair na tentação do mero "conspiracionismo", descobrem aos poucos que há um novo "modo de produção", e uma nova "classe no poder" - esta classe é a do capitalismo financeiro.
Ela forma seu Estado ao longo do século 19, com as "lojas" secretas e as dinastias ultra-concentracionárias, que vivem ao largo das repúblicas burguesas na Europa. Como tal, as dinastias são herdeiras de um "poder" (ou modelo de ação) financeiro, já praticado pelo Vaticano (que obteve a carta para um banco londrino em 1694, com seus salvadores lastros em ouro) e por um ramo da aristocracia anglo-saxã (Casas Hanover /Korburg /Wilson), antes da ascensão da Casa Rothschild no séc. 19.
A sociedade secreta de Cecil Rhodes foi criada na última década do século 19 para promover a supremacia cultural e comercial inglesa, nos termos da classe burguesa empresarial. Como influente sociedade para-estatal, fundadores do Royal Institute of International Affairs em 1919 (o RIIA - e do CFR dos Rockefeller, Morgan em 1921), esta associação de elite se torna o centro das atividades secretas para onde convergem os interesses das dinastias financistas, que se casam, e se sobrepõem, aos interesses do capitalismo colonial inglês. Com esta nova disposição, poderíamos afirmar que o modo do capitalismo comercial-industrial começou a ser substituído pelo capitalismo usurário feudal das dinastias.


Depois da Primeira Guerra, com a fundação do Federal Reserve em 1913 e com o Tratado internacional de 1919 (inclusão de Wall Street), fica estabelecido o Super-Estado do Capitalismo Financeiro, paralelo e superior aos Estados Nacionais - popularmente, o “Cabal”:
É com seu rosto zombeteiro que ele aparece uma vez por ano nos encontros secretos do Bilderberg, quando a classe intermediária dos empresários e políticos internacionais recebe suas cartas e instruções.

A Razão Burguesa parece não ter triunfado, enfim... O sistema político da modernidade evolui para um modo feudal e monárquico, a classe burguesa não está mais no “poder” (classe dominante).
O empirismo dos jornalistas, civis, acadêmicos, militares da reserva, percebe que o Cabal não é "maquiavélico": de fato, na acepção popular, é "mafioso"... Ele não trabalha mais, exclusivamente, pelo "lucro", uma vez que se tornou capaz de criar moeda de valor artificial. Seu diferencial, sua política, são a "fundo perdido": sua "mais-valia" é a moeda "fiat"...

 

Quigley



 

 

 

 

 

 

Tragedy and Hope

A History of the World in our Time
Macmillan N.Y., 1966

Carroll Quigley [Kérroll Qüigley] foi Catedrático da School of Foreign Service, na Universidade de Georgetown. Após se graduar magna cum laude em Harvard, em 1933, aos 23 anos, ele se tornou o mais jovem Ph.D desta Universidade. Depois de ter sido professor em Harvard e Princeton, se transferiu para Georgetown, onde por 28 anos consecutivos o conselho dos alunos o escolheu como o Professor mais influente. Em 1949 ele escreveu a tese mais relevante e bem fundamentada sobre os Grupos "Rhodes", ou "Milner" - o clube seletivo dos magnatas e banqueiros do colonialismo inglês no início do séc XX.
carrollquigley.net/books
Este trabalho, de referência exemplar, no entanto, só foi publicado em 1981 = THE ANGLO-AMERICAN ESTABLISHMENT, 1949 [1981]

Tragedy and Hope é um histórico mundial de 1.320 páginas que cobre o período de 1890 a 1964. Nessa obra o autor considera que o capitalismo financeiro é apenas o terceiro estágio da evolução do capitalismo: depois das etapas comercial e industrial, o capitalismo teria sua etapa financeira (1850-1932), que teria sido superada pelo capitalismo monopolista, seguida por uma etapa de economia pluralista.

Em sua avaliação histórica dos poderes do capitalismo financeiro, Quigley parece dar todavia pouco relevo ao momento em que todas as principais casas bancárias se coordenaram para a fundação e privatização de um banco central nos EUA, o Federal Reserve, em 1913. Nesse episódio, conforme todos os outros autores (citados), a firma J.P.Morgan havia se tornado a representante da Casa Rothschild, jamais um concorrente, e da mesma forma os Kuhn&Loeb, os Lazard, e os Warburg: a exemplo de Paul Warburg, que se transferira de Hamburgo para Nova Iorque para liderar a fundação do FED, se tornando cidadão ianque.

O estudo da economia do capitalismo financeiro feito pelo autor permite compreender o quanto a política dos banqueiros em exigir o retorno ao padrão ouro resulta exclusivamente do interesse em receber suas dívidas segundo os valores iniciais históricos, não segundo a forçosa desvalorização, o que acabou sendo imposto aos banqueiros pelas classes burguesas nacionais nos anos 30 e 40. Por esta razão Quigley considera findo o período do capitalismo financeiro, não considerando que o capitalismo monopolista que lhe segue é de companhias multinacionais inteiramente compradas e/ou controladas pelos banqueiros.