A página Princípio da Regência foi transferida para a Página-63:
63 - Princípio da Regência_1
Para Contatos, Comentários e Palestras, mande sua mensagem:
moronibarroso313@gmail.com
Sanpedritoenlasierra.blogspot/a_Discussão_Política_está_Amordaçada
Assim viam os Otomanos a divisão das províncias [1453 - 1918]
governo-washington.blogspot.com/22-artur-koestler-e-sionismo
governo-washington.blogspot.com/pagina-do-imperialismo-zionista
veteranstoday.com/a-tale-of-two-kingdoms-israel-and-judea
a_invencao_da_terra_de_israel_shlomo-sand/
citadino.blogspot.com/a-confirmar-se-o-genocidio-de-seis
O que Arthur Koestler e Shlomo Sand estão tentando dizer é que os “judeus” não são correspondentes aos “hebreus” da antiga nação, sendo nesse sentido “inexistentes”, enquanto "povo" e "nação".
Entretanto, Koestler é muito claro quando defende uma existência relativa, e pacífica, para uma moderna “Israel”...
"O direito à existência do Estado de Israel ... não baseado nas origens hipotéticas do povo Judeu, ou numa consagração mitológica de Abrãao junto a Deus – porém baseado na lei internacional"...
O Plano de Partição da Palestina de 1948, sob os auspícios da ONU, tem um desenho absurdo, como se uma geografia de contradições se revelasse nas negociações entre o governo inglês e a casa Rothschild. Os dois pontos de estrangulamento mútuo dos dois Estados previstos não parecem coincidir com planos de mentes sadias de europeus civilizados.
Para aqueles que, no mundo árabe ou em Londres, aceitaram esta idéia, estes emigrantes teriam convivência econômica com as comunidades árabes, e seriam recebidos como parentes distantes, fugindo de conflitos europeus.
Uma geografia razoável para estas colônias de “judeus” seriam dois territórios, um ao norte, entre o litoral de Acre, o Mar da Galiléia, e a fronteira com o Líbano; e outro ao Sul, abaixo de Jerusalém, em torno do Mar Morto, incluindo parte da Jordânia, com acesso rodoviário ao porto no Mar Vermelho (Eilat), mas não incluindo o litoral, onde está Tel Aviv [ex-bairro de Jaffa]. Estas duas províncias seriam ligadas por extensão rodoviária ao longo do Rio Jordão, mas com um setor intermediário internacional centrado em Jerusalém, conforme os esquemas ingleses de 1937-47. Todo o resto do território, todo o litoral desde Gaza [a], de Jaffa até Haifa, e o restante da Jordânia, deveriam compreender uma única nação local, árabe.
Esta divisão hipotética estaria refletindo, apenas vagamente, as duas províncias da antiguidade, Judéia e Israel [920 até 597 a.C.] [b]; e da mesma forma estaria, apenas simbolicamente, dando reconhecimento mítico aos 3.000 remanescentes da idade média [cf. historiador Ramini] que reivindicavam costumes hebreus, na Palestina, em meados do séc. XIX. [c] Entretanto, esses precedentes não seriam justificativa para que estas terras fossem doadas - conforme Koestler, a justificativa seria o acordo de interesses cívico internacional.
A Tripa de Emigrantes Neo-Israelitas cortaria o Estado Árabe apenas segundo um eixo rodoviário norte-sul, através da Cisjordânia, onde haveria um estado internacionalizado centrado em Jerusalém, e através dos desertos do Sinai... Os Emigrantes trariam grande cooperação econômica, haveria um esforço coletivo para trazer água das montanhas para todos, e... “todos seriam felizes para sempre”... porém, fica claro que esta benevolente geografia somente seria possível se fossem efetivos os termos pseudo-humanitários em que a Liga das Nações [e depois a ONU] e o governo inglês apresentaram a proposta internacionalmente, desde o fim da primeira guerra mundial. Os aspectos “conspiratórios” da fundação e expansão de Israel estão por todos os lados, não só pela monumental expansão demográfica e militar.
Uma certa “história oficial” é escrita pelos neo-israelitas, para correlacionar versões bíblicas, dadas como “história oficial canônica”, com os fatos desde a divisão colonial do Império Otomano... A Veneranda História dos Hebreus estaria demonstrando que:
1) Eles sempre existiram com uma mesma identidade desde os tempos genéticos de Jacob e sua conversão/luta moral com Deus [circa 1400 a.C.]
2) Por esta razão teriam direito a voltar subitamente a suas terras históricas, em levas crescentes, vindas de mesclas em todos países do mundo, a partir dos anos de 1920...
O sítio JewishVirtualLibrary.org representa os neo-israelitas: estes são aqueles que se deixaram levar pela propaganda zionista, comprando a idéia de que “têm direito de morar em Israel”, porque são “descendentes dos Hebreus”. Os Zionistas são aqueles que sabem que a propaganda neo-israelita é somente instrumento para a ocupação e o jogo imperalista.
As premissas para a re-ocupação neo-israelita são:
1) O Povo “Judeu” se estabeleceu e deu desenvolvimento à Terra (de Israel)
2) A comunidade internacional conferiu soberania política na Palestina ao "Povo Judeu"
3) O território foi capturado em guerras defensivas
4) Deus prometeu a Terra ao patriarca Abrahão (e a Moisés; e Joshua)
jewishvirtuallibrary.org/jsource/myths/roots
Em todos os detalhes podemos observar a falta de consistência de tantas teses insustentáveis:
1) O "estabelecimento na Terra" se deu de modos diferentes, em épocas muito descontínuas ao longo de 3.250 anos, por povos (grupos sociais, etnias, tribos) diferentes
2) Não a "comunidade internacional", mas burocratas governamentais a soldos secretos de ordens de elite. A idéia de que "os árabes eram uma população dispersa e sem raízes", é utilizada para neutralizar a criação do Estado Árabe Palestina-Jordania. A mesma idéia é utilizada para justificar a criação de Israel: "Nosso povo estava disperso, precisamos reuní-los"... [assim trabalha o zionismo!!]
3) Sendo as guerras árabes por sua vez defensivas, em função do retalhamento do Império Otomano feito pelos imperialistas, e do extermínio de famílias palestinas em Jaffa e Haifa, feito pelas gangues zionistas.
No item 4 não se trata da sustentabilidade da tese - apenas um sinal ou recado displicente arrogante...
[c] Um número estimado em 10.000 pessoas seria a população dos descendentes "espirituais" dos hebreus na Judéia, Samaria e Galiléia ao final do séc. XIX, identificados pelos laços religiosos que os uniam ao Templo em Jerusalém; e isto já contando com os primeiros emigrantes. Não é um número significativo, em comparação com a quantidade de Palestinos igualmente descendentes, genéticos, dos antigos Cananeus; e em comparação com as comunidades religiosas de hebreus e de outras religiões/culturas antigas, em todo o mundo...
Depois de 1881, as primeiras levas de imigrantes foram promovidos pelos zionistas, quando ainda o território pertencia ao Sultanato Otomano. A Monarquia Inglesa e a Casa Rothschild estavam desde 1876 construindo o Canal de Suez, em arrendamento com o Sheik do Cairo. Depois do fim da primeira guerra, uma nova leva de imigrantes foi promovida. Nos anos 30, antes que os nazistas começassem a perseguir os judeus na Alemanha, e com apoio de transporte naval do governo alemão, mais outra leva de imigrantes chegou em Jaffa. E depois do fim da segunda guerra - em número cada vez mais crescente.
Os Philisteus podem ter chegado no litoral Sul da Cananéia [Gaza] na mesma época [1250 a.C.], ou logo após, em que os hebreus entraram militarmente (general Joshua) nas colinas em torno do Mar Morto e Mar da Galiléia (Judéia, Samaria, Galiléia).
Os soldados de Joshua dizimaram implacavelmente os civis Cananeus. Os conquistadores e Reis Hebreus em tudo foram semelhantes aos Assírios, Egípcios, Gregos e Romanos: na violência militar; nas crises de príncipes hereditários, esposas e concubinas; nas revoltas de tribos e súditos.
Os Philisteus haviam chegado à Cananéia como “povos do mar”, tidos como europeus que "conheciam o ferro". Desde o período 1000-930 a.C. de máxima expansão do reino dos Hebreus, os Philisteus sempre se mantiveram adversários dos Hebreus, e nunca se mesclaram ou se submeteram ao seu Reino.
Os Palestinos de Gaza poderiam sustentar um mito semelhante ao dos neo-israelitas e zionistas: Que eles têm perfeita continuidade com os Philisteus; que eles sempre foram invadidos e pilhados pelos Hebreus; que sempre defenderam suas terras, morando no mesmo lugar, com os mesmos costumes... Todas as transformações sociais de 3 milênios seriam ignoradas.
[b] O que se poderia considerar a nação do antigo Reino de David-Salomão, as duas tribos Judéia e Israel, como o povo dos Hebreus, deixa de ter significado a partir das conquistas Assírias e Babilônicas, de 722 até 588 a.C. ... e isso conforme o sítio neo-israelita
jewishvirtuallibrary.org/jsource/History/Kingdoms1.html
"O Reino dos Hebreus, que teve seu começo com a promessa e a glória de David, estava agora [-588] chegando ao seu fim. Ele não reapareceria novamente, exceto por um breve período do séc. II a.C."
"Assim, a partir de 597 a.C. existiram três grupos distintos de Hebreus: um grupo na Babilônia e outras partes da Mesopotâmia, um grupo na Judéia, e um outro grupo no Egito".
Os Assírios se fixaram na Samaria, e exilaram famílias inteiras de israelitas para diversos recantos, de modo que eles se mesclaram, e desapareceram na história. Os Assírios estabelecidos entraram em sincretismo com a religião de Yaveh.
Os Babilônicos também exilaram Judeus e Israelitas para sua metrópole, porém eles foram mantidos como comunidades, que se preservaram culturalmente. Os Persas se tornaram novos senhores da região, e o Rei Kyrus decidiu mandar os Hebreus de volta para a Cananéia em 538, o que resultou num certo renascimento nacional, e refundação do Templo de Jerusalém em 516 a.C.
Desde este período, atravessando os séculos da dominação macedônica (selêucida) e da dominação romana, as duas províncias dos hebreus nunca mais voltaram a ter autonomia nacional. No ano 135 ad, o caudilho militar Bar-Kokhba, cognominado “nasi” (salvador, messias étnico) liderou uma revolta contra o domínio romano, mas não foi bem sucedido.
Os Fenícios, que eram aliados e sócios comerciais de Salomão, certamente dominavam uma porção bem maior do litoral do que o indicado. E, da mesma forma, os Philisteus, adversários constantes, parecem ter seu espaço [em amarelo] boicotado nesta representação, tal como nas campanhas atuais...
É evidente que a cada nova sucessão histórica das jurisdições, fenícios, hebreus, assírios, babilônicos, persas, egípcios, macedônicos, romanos, árabes, otomanos e modernidade, a Cananéia passou por diversas misturas físicas e de costumes, sendo formadas sempre novas sociedades, da qual todos são descendentes. Além do mais, a descendência física de uma povo, não significa que alguém possa reivindicar “a mesma terra dos antepassados”... Para cada remanescente atual dos povos-nações da antiguidade este precedente criaria contradições intermináveis... Os índios na América do Sul deveriam exigir judicialmente todas as terras na região central amazônica, e fundar suas próprias dinastias... E os Kurdos, porque não recebem apoio da “comunidade internacional"...?
Os descendentes dos antigos Hebreus se espalharam pelo mundo desde a invasão macedônica [322 a.C.], e se tornaram multiplicadamente variados e miscigenados. Muito mais descendentes de Hebreus se espalharam pelo Mediterrâneo, se estabelecendo em Roma, na Grécia, Egipto, norte da África, Síria e Anatólia, do que aqueles que permaneceram na Cananéia. A idéia de uma “diáspora” provocada por Romanos intolerantes no séc. I ad, não é confirmada pela vida venturosa dos hebreus de Alexandria, mais numerosos que em Jerusalém. Os cultos e educados 70 sábios hebreus de Alexandria compilaram e re-escreveram em grego no séc. I a.C. o Velho Testamento – legenda religiosa mesopotâmica, porém fazendo recurso a termos e concepções do paganismo órfico e jônico... [e]
[e] As concepções de demiórgos [Deus Criador Panteísta]; pneuma [substância sensível universal]; e logos [ordem universal expressiva], foram re-assimiladas para significar Deus [no sentido absoluto platônico], espírito santo e verbo divino. Epicteto e a Sabedoria Estóica [1996], J.J.Duhot, Ed. Loyola, 2006.
Entretanto, uma certa continuidade de credo religioso, e um direito insondável, fazem necessária a existência do “judeu internacional”, “judeu da diáspora”, mesmo quando, em alguns casos, ele é ateu, mora em N.Y., é trotskista, anti-sionista, etc.
Pirenne [f] faz uma bela reconstituição da vida no Mediterrâneo, nos séculos I a VII ad, quando o mundo greco-romano viveu a estabilidade civilizada centrada em Byzantium, que Roma não desfrutava mais. Os descendentes hebreus se espalharam pelo Mediterrâneo ativamente, sendo estimados em todos os portos como bons comerciantes, como burgueses cosmopolitas, cultos e educados, auto-confiantes... e isso exatamente como seus semelhantes fenícios e gregos. (Tornando-se todos eles, possivelmente, classe social).
A apresentação do hebreu-judeu como ente distinto deste mundo cosmopolita e integrado em que eles viveram nestes primeiros séculos, neutraliza a impressão favorável do estudioso sobre estes descendentes e emigrantes auto-disciplinados, que souberam se instalar nas comunidades, porém mantendo seus costumes... [e trazendo alguns ofícios cabalísticos desconhecidos!].
[f] Maomé e Carlos Magno, [Contraponto 2010], Henri Pirenne [1862-1935]