Estudos sobre a Forma Imperial
Do Capitalismo Financeiro no séc. XX
O livreto distribuido em 2012 com o título de AS TRÊS ESTRUTURAS - Estudos para uma Virtual Politik - tem por finalidade ser um manual de análise política para agremiações e partidos. A conclusão da análise é que o Capitalismo Financeiro se tornou uma estrutura social que conseguiu obter hegemonia sobre as ordens das nações, dos Estados, da vida militar, da produção burguesa, da vida civil, do trabalho organizado, e assim por diante. Como consequência, somente uma Frente Política que seja capaz de conjugar todas as lutas sociais tem chance diante do Feudalismo Financeiro -- para o estabelecimento de um Estado Socialista, que possa controlar as emissões de papéis, moeda, e valores digitais indiscriminados dos banqueiros internacionais "Londrinos".
Alguns exemplares da 1a. edição [108 páginas] ainda estão disponíveis para aqueles interessados em estudos e reuniões de Formação Política.
A 2a. edição revista [116 pags.] já está disponível, aguardando uma possibilidade editorial. Com um novo sub-título de Estudos sobre a Forma Imperial do Capitalismo Financeiro, ela traz nova apresentação, e o adendo de Eustace Mullins sobre Adolph Hitler [veja aqui na página 17-Xadrez-do-Cabal].
Resumo
1) O Poder Militar: Finitudes implicadas na guerra, na exclusão, na inclusão, e no comando; a origem das nações; relações entre clãs e tribos. Nação, nacionalismo; imperialidade, imperialismo. A primeira estrutura como o inconsciente político: fazer morrer e fazer nascer; genética guerreira e genética amorosa.
2) A Formação do Estado: o Estado de uma Nação como estrutura social ao longo do tempo.
3) A Finitude Econômica: A política como função das formas sociais de produção; significado da interpretação marxista até nossos dias.
4) O Cenário Empírico descreve a formação de uma classe financeira dentro do capitalismo, assumindo uma característica de classe feudal-despótica, e que ascende a partir da forma burguesa em função de sofisticados meios financeiros, técnicos, de inteligência, militares, etc.
O Significado da Política Virtual
O termo VIRTUAL POLITIK tem uma significação original bem diferente daquela que foi adotada a partir dos anos 80. No período do Chanceler Kissinger (que havia iniciado carreira como secretário particular de N. Rockefeller, e era a figura decisiva no gov. Nixon), a mídia anunciava a nova Real Politik do Chanceler, o que seria o caráter franco e rudimentar, com fotografias sorridentes, do novo pragmatismo na relação Ocidente vs. Russia e China.
Talvez tenha sido na Alemanha que a expressão Virtual Politk tenha surgido, para designar o oposto disso: a visão universalista e utópica; o humanismo das esperanças e projetos de civilização; o planejamento da produção e fim da guerra econômica.
Nos anos 90, a idéia da Política Virtual ficou retida no sentido de uma “filosofia do Ser” e da resposta artística, individual, comportamental, por diferença a uma filosofia da práxis e da história. Os sentidos dos projetos históricos, de significação antropológica, ou universal, foram substituídos por uma filosofia de “imanência”, de puro movimento e flutuação, segundo uma ética de criação repetida de “estados de presente ideal” (inspirada na filosofia spinozista).
Foi nesse contexto que o “virtualismo” passou a significar a virtude do indivíduo físico isolado, porém navegando na internet, vivendo o mundo à sua maneira e escolha, sem que seja necessário mais sair de seu reduto...
E foi num seminário com o título de Virtual Politik, porém com esta significação romântica e spinozista, que esta temática foi pela primeira vez apresentada... Entretanto, a reação selvagem e histérica de um público que se queria “romântico” e “libertário”, diante do problema das políticas secretas imperialistas... nos fez pensar que tudo estava perdido, quando afinal o puro instinto de fuga anti-realista passava a ser dado como virtuosismo. [**]
É necessário, portanto, se reassumir este termo da Virtualidade, para designar efetivamente aquilo que é universal, que é totalizante, que é abrangente e opera por sínteses... Todos os sonhos, todas as hipóteses, e todas experiências e projetos: a Virtualidade designa um Super-Real, uma super-faturação das realidades: efetivadas; das prováveis e possíveis; e ainda das imaginárias...
Finalmente, é nossa intenção explícita que este termo possa ocupar sua significação ali onde já alguns autores identificaram uma Super-Dialética, ou mesmo Hiper-Dialética [*], para designar o ofício filosófico de Marx e Engels concebido numa forma acelerada, de múltiplos fatores, de modo que efetuações cada vez mais complexas de oposições e sínteses se operam.
A concepção desta nova virtualidade política como “super-dialética” resume a síntese do marxismo do séc XIX, feita por muitos autores, com o marxismo estruturalista do séc. XX, no qual as estruturas sociais aparecem como conjuntos totalizadores.
Na história, as estruturas antropológicas seriam o equivalente a conjuntos totalizadores, funcionando como “matrizes algébricas”: matrizes que descrevem o surgimento do mitológico, das significações e dos valores; das condições de ação política, cívica, social, jurídica, e assim por diante.
C. M. Barroso
[*] Conforme a tese do prof. Sampaio, do IFCS-UFRJ, apresentada no Seminário de Marxismo, no C. de Cultura, em novembro de 2001.
[**] O Seminário com o sugestivo título de "virtual politik" foi no planetário da gávea em 1996. A rigor, não se poderia saber mesmo, e creio que ninguém desejaria saber, qual a verdadeira origem do termo... O bom humor da crítica culturalista marxista alemã nos permite "roubar de volta" o termo das mãos dos românticos pós-existencialistas franceses...
No Seminário de 1996, o jovem doutorando hipster cabeludo da mesa de apresentação simplesmente me roubou o microfone das mãos logo que comecei a tentar explicar a importância de se compreender o sistema internacional secreto, como tendo uma política muito superior à do Estado norte-americano e seus interesses, e ainda como a política internacional imperialista dos banqueiros é muito superior a "interesses econômicos"... Foram os liberais norte-americanos que denunciaram o "kabal" internacional dos banqueiros, como havendo invadido o Estado ianque (através da CIA, do Pentágono, etc), da mesma forma como todos os outros países do mundo ocidental.
Com o advento do golpismo Bush em 2001, fazendo a síntese suprema da máquina despótica financeira com as máquinas do pentágono-cia, a advertência se mostrou mais do que necessária em 1996: o sociólogo doutorâncio libertário, com pouca higiene e cortesia, me acusou de estar com um mau-édipo, e a platéia começou a uivar pateticamente...
Esta era a segunda vez em que o Representante-da-Mesa do Projeto Libertário me roubava o microfone logo no início da palestra. No seminário de 1994 no Parque Lage, o doutor Cosmólogo da Cabeleira de Berenice me arrancava o aparelho das mãos...
sanpedritoenlasierra/a-historia-das-cronicas
A Necessária Oposição
Diante do Fascismo Generalizado
Ciro Moroni Barroso*
Publicado na revista UERJ
www.polemica.uerj.br
Dezembro 2003
* Jornalista, autor de cerca 400 artigos de opinião na imprensa em Petrópolis, RJ
Enquanto Gore Vidal e praticamente todas as vozes de esquerda no Brasil e países latinos europeus continuam a atacar o avanço imperial do governo Bush-Cheney em termos tradicionalmente leninistas e hegelianos, isto é, de que é “tentativa de garantir as reservas de petróleo de suas próprias corporações”, mas que, apesar disso, “o consumidor norte-americano poderá se beneficiar de preços melhores para seu combustível”; em termos de que “esta é a aventura final da expansão capitalista”, ou de que “esta é a resposta desesperada do capitalismo internacional diante do crescimento das forças democráticas” – no mundo anglo-saxão, e nos Estados Unidos, a oposição ao fascismo generalizado fraudulentamente instaurado na Casa Branca parece ser mais penetrante, denunciando um golpismo que, em última instância, haveria de destruir as fundações da pátria norte-americana e da própria economia de mercado.
Se é verdade serem necessárias e sinceras as críticas das esquerdas latinas (esquerdas que, acredito, devem continuar a ser definidas como “a crítica do capitalismo”), é, apesar de tudo, irônico que a vanguarda da luta anti-imperialista esteja neste momento sendo protagonizada por cidadãos que se baseiam em valores liberais e protestantes, e que fazem a defesa dos direitos civis e constitucionais em termos desses valores, e não necessariamente nos termos da crítica ao capitalismo. Neste sentido estes cidadãos estão percebendo que as sociedades de seus países (EUA, Inglaterra, Alemanha) estão sendo ameaçadas de desconstrução na mesma medida em que estão as sociedades no Terceiro Mundo, países árabes, Vietnã ou América Latina...
O fato é que, se é pouco numerosa a oposição ativa ao fascismo governamental nos EUA (talvez 10% da sociedade), diante de uma maioria facilmente manipulada pelos meios de comunicação “amestrados”, esta oposição é surpreendentemente virulenta, sagaz e eficiente, nos níveis em que se apresenta. Principalmente no que diz respeito ao jornalismo “investigativo”, independente e auto-sustentado.
O radialista Jeff Rense é um exemplo notável. Seu site na web, www.rense.com, com mais de 7 milhões de consultas mensais, é uma expansão de suas atividades de radialista de oposição. Mais de 300 páginas de documentos são diariamente atualizados, provenientes do noticiário político mundial, dos sites de oposição nos EUA, de e-mails de cidadãos críticos e analistas, e ainda incluindo notícias cotidianas sobre temas gerais, saúde, consumo, acidentes, clima, venda de livros, etc. Através do Rense ficamos sabendo, nos dias que seguiram aos atentados de 11 Set/2001, que incontáveis detalhes oficiais estavam mal contados, e que toda a cena sobre os “sequestradores árabes” era inconsistente, à maneira da montagem feita com o Lee Oswald de Nov/1963. Num canto do site (signo 911), várias entradas dão para as dezenas de comentários sobre o onze-de-setembro: ver entrevista do ex-ministro Von Buelow, ver carta-aberta da agente do FBI Coleen Rowley, etc. Através do Rense, vemos os incômodos detalhes sobre a queda do avião do Senador Paul Wellstone e família, às vésperas da eleição de Nov/2002, sendo Wellstone líder da oposição democrata, prestes a garantir mais uma cadeira, e com isso a maioria, para seu partido no Senado, notícia que ocupou dois minutos em nosso noticiário e sumiu.
No Rense recebeu destaque o artigo do ex-ministro Michael Meacher publicado no Guardian londrino de 06 Set/2003. Meacher, Membro do Parlamento (Labour) e Ministro do Meio Ambiente por seis anos, renunciara em Junho, na esteira do escândalo Kelly. Ele disse que o Vice Richard Cheney (Halliburton, Carlyle, ex-Sec.Defesa) e membros do governo estão diretamente implicados nos atentados de 11 Set. Não sei se esse artigo foi mencionado na imprensa brasileira desde então. Na Inglaterra, além de The Guardian, The Independent e The Observer mantêm uma linha de oposição e independência diante da maré de pseudo-conservadorismo (e pseudo-labourismo de Blair). Nos EUA apenas o New York Times, atualmente, é tido como jornalismo independente, sendo todos os outros grandes jornais e cadeias apontados como parte dos monopólios controladores da mídia.
Ver:
www.gregpalast.com
www.guardian.co.uk
Apesar disso, a edição “personalidade do ano” do natal de 2002 da revista Time, de propriedade de Henry Luce (tradicional aliado dos Rockeffeler e do Council on Foreign Relations, vide), trazia a nossa agente Coleen Rowley do FBI que denunciara alta corrupção na cúpula do FBI (Diretor Robert Mueller) nas investigações sobre os atentados. Há fortes indicações, no momento, de um split nas elites internacionalistas opondo, de um lado, gente que ainda acredita no “capitalismo”, e do outro lado a seita dos Bush-Cheney e dos banqueiros londrinos do séc. dezenove, que acreditam numa ordem internacional monárquica fascista, baseada em sociedades secretas (Skull&Bones, sociedade da Universidade Yale, vide).
Michael Ruppert e Sherman Skolnick, como velhos e renitentes jornalistas independentes críticos da Nova Ordem Mundial de George Bush Sr., da CIA, do tráfico de cocaína da CIA, da alta corrupção no judiciário dos EUA, e do golpismo generalizado, dispensariam maiores apresentações aqui.
Ver ainda:
www.madcowprod.com
www.rumormillnews.com
A lição é: trata-se de um imperialismo no interior de uma desesperada expansão das fronteiras econônicas do capitalismo, sim; porém este “imperialismo” é de uma elite internacional altamente concentracionária e golpista, que destrói o mercado capitalista, em função de um modo de produção de hegemonia financeira que tem muito mais a ver com o feudalismo monárquico absolutista do que com alguma espécie de “economia de mercado” ou de interesses de expansão econômica de corporações. Esse “imperialismo” utiliza-se fraudulentamente de um discurso patriótico, conservador, de nacionalismo econômico, para manter os EUA em guerra – ou seja, para eles é até bom que sejam vistos assim... Enquanto isso, o resultado dessa política golpista, caso fosse permitido seu sucesso, nos levaria a uma espécie de IV Reich: ditadura interna nos EUA, fim das garantias constitucionais, desvalorização econômica-financeira do país, controle da sociedade por meio da mídia e de sofisticados meios eletrônicos; e monarquia absolutista a nível internacional, de cunho financeiro – o capitalismo, fruto da revolução burguesa, reduzido a um aparelho da política imperial.
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